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Opinião

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Hélio Schwartsman

Menos, pessoal, menos

SÃO PAULO - Do que li neste fim de semana sobre a repercussão do julgamento do mensalão pelo STF, posso concluir que os ânimos continuam acirrados, o que dificulta um balanço honesto da situação. Acho oportuno, portanto, tentar desmontar algumas das versões mais fantasiosas que circulam por aí.

A mais extrema delas é a afirmação de alguns petistas de que, com a anulação da condenação por formação de quadrilha, desmontou-se a "farsa do mensalão". Menos, pessoal, menos. Exceto para literalistas empedernidos que acham que só se poderia falar em mensalão se os pagamentos ocorressem todos os meses até o quinto dia útil --e em quadrilha se houvesse condenação por tal delito-- resta líquido e certo que, sob a administração Lula, altos dirigentes do PT armaram e operaram um amplo esquema criminoso. Até o Lewandowski condenou vários dos réus por peculato e corrupção.

Na outra ponta, a oposição mais exaltada afirma que, em seu último ato, o STF desmoralizou a si mesmo e à ideia de justiça, promovendo a cultura da impunidade. Concordo que teria sido melhor para a imagem do Supremo evitar a condenação seguida de absolvição, mas daí a concluir que tal passo rebaixa as instituições parece um exagero. É até possível propor a interpretação oposta, de que os mecanismos jurídicos funcionaram bem o bastante para permitir a revisão de excessos anteriores.

De concreto, temos que pela primeira vez um núcleo de políticos intimamente ligados ao poder foi julgado e condenado por manter um esquema criminoso. Se cumprirão regime fechado ou semiaberto é detalhe que importa mais para os instintos de vingança ou solidariedade de cada um que para a institucionalidade.

O julgamento, apesar de falhas aqui e acolá, foi, na resultante, equilibrado. O amplo direito de defesa foi exercido e os interesses dos governantes não foram capazes de melar tudo, como se temia.

helio@uol.com.br


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