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Paula Cesarino Costa

Sem chance de repetir 1950

RIO DE JANEIRO - Por que 1950 não vai se repetir? Porque o país era muito diferente, apesar de ainda hoje ter muita coisa igual. Em 64 anos, a população cresceu de 52 milhões para 190 milhões de habitantes.

Em 24 de junho de 1950, começou a primeira Copa do Mundo no Brasil, após um vácuo de 12 anos causado pela Segunda Guerra Mundial. Uma das favoritas, a seleção brasileira derrotou o México por 4 a 0 no Maracanã, que havia sido inaugurado mesmo sem estar concluído. Uma prova de que muito há de igual, mesmo em país tão diferente.

O Rio era a capital do Brasil. Fazia jus ao apelido de cidade maravilhosa, que ganhara apenas 15 anos antes, com seus 2,4 milhões de moradores. Não havia ainda o aterro do Flamengo, mas os cariocas podiam contemplar o Palácio Monroe, na ponta oposta da Cinelândia, onde multidões se reuniam, sob cartazes de Elizabeth Taylor, Bing Crosby, Spencer Tracy e Katharine Hepburn.

Os torcedores se aglomeravam em volta dos rádios para torcer, compartilhando vozes como se fossem imagens, que, desta vez, estarão em telões, TVs, tablets e celulares.

Como hoje, estava nas manchetes a sucessão presidencial. A campanha seguia acirrada para ocupar a vaga do presidente Eurico Gaspar Dutra. Carlos Lacerda liderava a oposição contra a volta de Getúlio Vargas, que seria empossado em 1951.

Em 16 de julho, o maior estádio do mundo ficou lotado com 199.854 pessoas (173.830 pagantes). Brasil X Uruguai não era exatamente uma final, mas o último jogo de um quadrangular. O Brasil só precisava empatar. Perdeu. O Maracanã comporta um terço do Maracanã de 50, apesar de ter custado uma infinidade de notas a mais. Nada disso pode se repetir.

Não significa que a vitória esteja garantida. Até porque há diversos tipos de vitória, entre elas a esportiva. Só não dá para achar que 1950 está aí de novo, como fantasma.


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