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Opinião

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Evolução ambiental

Premência de problemas ligados à saturação de sistemas e infraestruturas põe em primeiro plano debate sobre sustentabilidade

"Sustentabilidade", tema do terceiro Seminário Folha, realizado nesta semana, é um desses conceitos abstratos que, apesar da vagueza, adquirem vida própria por enfeixar uma gama de emergências em busca de soluções: energia, água, poluição, lixo, desmatamento, clima --a lista é extensa.

Há duas características comuns a todas elas: a complexidade e a inércia dos sistemas técnicos, dos mercados e da infraestrutura que ora esbarram na saturação.

O abastecimento de água na área metropolitana de São Paulo, por exemplo, vive há décadas no limiar de uma crise. Esse aperto decorre da contínua expansão da mancha urbana numa região de baixa disponibilidade hídrica.

Até há pouco a administração do problema pela Sabesp pautou-se pelas obras tradicionais, destinadas a aumentar a produção de água. Só em anos recentes, com o encarecimento das soluções de engenharia, a estatal passou a enfrentar desafios pelo lado da demanda, como a óbvia providência de diminuir perdas na distribuição.

O Brasil, como um todo, tem ainda inaceitáveis 36,9% de desperdício de água, contra menos de 10% em nações desenvolvidas.

O índice de tratamento de esgotos, 38,7%, está muito aquém do que seria de esperar com o nível de renda que o país já alcançou; a China, em patamar mais baixo de renda per capita, se avizinha de invejáveis 65%.

No campo da geração de energia, o Brasil ostenta uma das matrizes mais limpas do planeta, com cerca de 80% da eletricidade oriunda de fontes renováveis. Porém, com o esgotamento do potencial nas regiões mais propícias, Sudeste e Centro-Oeste, resta o da Amazônia, onde teriam de prevalecer reservatórios gigantescos, com grande impacto social e ambiental.

Nesse caso, também é recente a participação, na matriz, de outras fontes renováveis, como a energia dos ventos e do bagaço de cana. Aqui, o que viabilizou essa mudança foi o desenvolvimento tecnológico e comercial das fontes alternativas, que alcançaram preços competitivos de geração.

Outro desastre brasileiro, as taxas de desmatamento, dá provas de que as soluções existem e que é preferível criar políticas públicas e encontrar meios para investir na direção correta a se perder em discussões intermináveis sobre atribuição de culpas.

A destruição caiu de forma consistente na última década e, com isso, o Brasil deu a maior contribuição de um país para reduzir emissões que aceleram o efeito estufa.

O seminário não deixa dúvidas: é bom discutir soluções práticas e técnicas, com menos ideologia; concretizá-las é ainda melhor.


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