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Paula Cesarino Costa

A eleição das eleições

RIO DE JANEIRO - Com o país enfeitiçado pelo alegre clima multicolorido da Copa das Copas --como batizou a presidente Dilma Rousseff--, pesquisa do Ibope no Rio ampliou o número de interrogações sobre as eleições de outubro. É mais rica por aquilo que os eleitores não dizem.

No Estado que foi palco de algumas das maiores e das mais violentas manifestações de 2013, o eleitor demonstra descrença e frieza em relação à política. Se é alto o nível de desinteresse pela eleição (57% têm pouco ou nenhum interesse), o índice dos que têm a intenção de votar nulo ou branco, 27%, é assustador.

Significaria praticamente um terço do eleitorado rejeitar todos os postulantes ao cargo de governador do Rio, um renascimento do voto cacareco ou do sufrágio no macaco Tião, duas formas de protesto do passado.

Pesquisa Datafolha em São Paulo, também feita em junho, registrou que 16% têm intenção de votar em branco ou nulo, índice semelhante ao da disputa presidencial. A taxa do Rio quase atinge o dobro. É cedo para dizer se essa situação irá perdurar até a hora do voto em outubro.

O eleitor do Rio, por diversas vezes, mostrou-se ponto fora da curva em termos de comportamento eleitoral. Em 2010, o percentual de votos em branco e nulos aqui foi o dobro da média do país --18% contra 9%.

A ausência de candidatos fortes com apoio de parcelas significativas do eleitorado, o desencanto com nomes do passado e com o sistema de representação podem explicar o cenário de insatisfação e desinteresse.

A pesquisa, com margem de erro de três pontos, detectou que os candidatos estão embolados: Garotinho (PR) tem 18%; Crivella (PRB), 16%; Pezão (PMDB), 13%; Lindbergh (PT), 11%, e Cesar Maia (DEM), 8%.

No ano da Copa das Copas, o comportamento dos eleitores pode fazer desta a eleição das eleições, em termos de reprovação, descrédito e voto de protesto.


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