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O estado do Iraque

Nem seria preciso, mas estatísticas recém-divulgadas pela ONU comprovam o recrudescimento da violência e do terrorismo no Iraque. Em junho, foram assassinados pelo menos 2.417 cidadãos, e outros 2.287 ficaram feridos; em maio, houve menos de 800 mortes.

Trata-se do maior patamar registrado no país desde 2007, quando estava em curso a Guerra do Iraque (2003-2011), com presença ostensiva das Forças Armadas dos EUA.

A turbulência momentânea, porém, não é a doença em si, mas o sintoma de enfermidades mais danosas a longo prazo: o sectarismo e a fragilidade institucional.

Terminou em colapso a primeira sessão do novo Parlamento destinada a escolher as próximas autoridades iraquianas. Normalmente, os cargos são divididos conforme a representação das principais etnias e confissões locais: os xiitas, em maioria, elegem o primeiro-ministro; os sunitas indicam o líder do Legislativo, e os curdos nomeiam o presidente do país.

Insatisfeitos, porém, com a provável continuidade de um governo xiita alinhado ao atual premiê, Nuri al-Maliki --que há muito esqueceu o dever constitucional de representar toda a população--, sunitas e curdos abandonaram tal processo de nomeação, que assim precisou ser adiado em uma semana.

Transcorrido esse prazo, no entanto, o já combalido Iraque poderá estar ainda pior. Na ausência de um governo de coalizão nacional, como recomendam diversos países e instituições multilaterais, cresce o poder do grupo terrorista sunita Estado Islâmico no Iraque e no Levante.

No domingo, a milícia anunciou a formação de um califado (Estado islâmico regido por um líder político e religioso supremo) em um território que vai da cidade de Aleppo (norte da Síria) à província de Diyala (leste do Iraque).

Fica cristalino, com esse comunicado, o crescente grau de confiança do grupo terrorista --que, pós-califado, encurtou sua nomenclatura para Estado Islâmico-- e, mais preocupante, de desdém às instituições oficiais. Até aqui, foram inócuas as tentativas do governo iraquiano de retomar regiões ocupadas por esses terroristas.

É urgente romper a lógica ora vigente no Iraque, em que o sectarismo oficial dos xiitas fomenta reações radicais por parte dos sunitas.


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