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Imprevisível

Marina mostra contradições como candidata, mas altera dinâmica da eleição e aumenta expectativa por pesquisas de intenção de voto

Nem sempre as pesquisas de intenção de voto são aguardadas com ansiedade. De maio a agosto, por exemplo, ninguém esperava dos levantamentos resultados que mostrassem nova correlação de forças entre os principais candidatos à Presidência da República.

A corrida pelo Planalto estabilizara-se num ritmo confortável tanto para Dilma Rousseff (PT) como para Aécio Neves (PSDB). Enquanto a presidente conquistava cerca de 36% do eleitorado, o senador mineiro acomodava-se com 20% das preferências --e ambos deixavam para depois o que o pleito pudesse conter de imprevisível.

Mas a inesperada morte de Eduardo Campos, no dia 13 de agosto, e a entrada de Marina Silva na disputa anteciparam uma tensão que se pensava reservada para o segundo turno. Desde então todos querem saber, a cada rodada do Datafolha e dos demais institutos, como se comportam os eleitores em relação à candidata do PSB.

Marina disparou, assentada sobre os quase 20 milhões de votos que tivera em 2010 e fortalecida pela superexposição que a tragédia de Campos lhe garantiu.

Registrou 21% logo na primeira pesquisa, feita pelo Datafolha nos dias 14 e 15 de agosto, e empatou com Aécio, 20%. Duas semanas depois, alcançou 34%, igualando-se a Dilma e deixando o tucano num distante terceiro lugar, com 15%.

No levantamento divulgado anteontem, contudo, o ímpeto de Marina estava refreado. A candidata do PSB manteve-se com os mesmos 34%, e a petista apareceu com 35%.

Será esse o teto da ex-ministra do Meio Ambiente? Ou terá sido apenas uma pausa para recobrar o fôlego? Ou estará em queda, após ter atingido um pico não detectado?

Somente a próxima pesquisa poderá oferecer respostas a essas perguntas, mas não há de ser coincidência que Marina tenha estacionado no momento em que os adversários passaram a atacá-la. Sua figura imaculada, por assim dizer, sempre lhe rendeu dividendos eleitorais, e é essa imagem que começou a ser desfeita.

Também a imprensa contribuiu para isso, embora sua motivação seja diversa. Trata-se de dar ao eleitor o máximo de informação para que decida seu voto. Dilma e Aécio vêm sendo submetidos ao escrutínio há bastante tempo, inclusive no exercício de seus cargos; Marina é recém-chegada e recebe agora o mesmo tratamento.

Natural, além disso, que o foco se concentre no principal fenômeno da eleição e, dentre os nomes competitivos, no menos investigado. Marina reúne as duas características, às quais se acrescem suas contradições e o conteúdo, digamos, onírico das propostas.

Melhor que esses aspectos sejam esclarecidos o quanto antes. Numa eleição presidencial, apenas as pesquisas e o resultado da disputam podem ser imprevisíveis.


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