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Opinião

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Difícil quadro global

Perspectivas de crescimento da economia mundial não são animadoras; nesse cenário, é ainda mais urgente que Brasil faça a lição de casa

Sete anos depois do início da recessão de 2008, a economia mundial, em especial nos países mais ricos, ainda não retomou um ritmo de crescimento regular.

Prognósticos recentes sugerem que 2015 também não será um ano de retomada, com a exceção dos Estados Unidos. Mais preocupante, no que diz respeito ao Brasil, sobrevirão novas dificuldades.

O crescimento da zona do euro neste ano não passará de 0,8%, segundo as estimativas de setembro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Até abril, previa-se alta de modestos 1,2%. Em 2015, prevê-se que o PIB avance apenas 1,1%.

Note-se que a renda per capita da região ainda é, na média, cerca de 3% inferior à de 2007, antes da explosão da crise. A Europa terá, portanto, uma década perdida.

A OCDE também revisou a estimativa de crescimento americano de 2,6% para 2,1% neste ano, embora preveja aceleração relevante em 2015, para 3,1%. A China deve permanecer no seu novo ritmo normal, perto de 7,5% ao ano.

Além desse quadro conhecido de estagnação, alguns aspectos novos devem afetar o Brasil.

Os produtos brasileiros de exportação perdem valor em relação aos importados desde 2013. Pioram os termos de troca, em particular devido à desaceleração chinesa, que ajuda a derrubar o preço das commodities.

O crescimento relativamente mais acentuado dos EUA em relação ao restante dos países ricos e a perspectiva de mudança na política de juros americanos contribuem para elevar a cotação do dólar e atrair capitais para a maior economia do mundo.

Como resultado, começa a ser reduzida a grande sobra global de dinheiro, com o que se desvalorizam moedas e ativos financeiros mundo afora, em especial em países com fragilidades econômicas, tais como excesso de gastos externos e inflação. É o caso do Brasil.

Não se trata de dizer que o país enfrentará uma crise externa como as que provocaram colapsos recorrentes, um deles tão recente quanto o de 2002. O país é mais estável, tem reservas em moeda forte e a evolução da dívida pública ainda não é alarmante, apesar da deterioração verificada desde 2011.

No entanto, o Brasil deverá se defrontar com renovadas limitações impostas pelas mudanças no exterior: um ciclo de comércio mais modesto, demanda menor pela produção nacional, crédito mais escasso.

Tais empecilhos tornam não apenas mais complexa, mas ainda mais urgente, a tarefa de consertar os estragos dos últimos anos. Quem quer que seja eleito precisará enfrentar esse desafio.


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