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Justiça bloqueia bens de empresa da família Maluf
Restrição de R$ 520 mi visa assegurar eventual ressarcimento aos cofres públicos
Deputado é acusado de participar de desvios em obras da Prefeitura de SP; Eucatex diz que vai recorrer da decisão
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 520 milhões da empresa Eucatex, da família do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).
O valor corresponde à indenização pedida pelo Ministério Público de São Paulo em uma ação civil na qual aponta que Maluf participou de desvios em obras da Prefeitura de São Paulo.
O balanço da Eucatex referente a dezembro passado apontou um patrimônio total de R$ 1 bilhão.
A medida, de caráter provisório, foi requerida pelo promotor Silvio Marques.
De acordo com Marques, a família de Maluf tenta fugir do pagamento de condenações por meio da transferência do patrimônio da Eucatex para uma nova companhia do grupo, a ECTX.
A tese de que essa operação constituiu uma fraude para "desidratar" a Eucatex foi levada à 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.
A magistrada Celina Toyoshima autorizou o bloqueio de bens por entender que o Ministério Público demonstrou a "possibilidade de defraudação do patrimônio" da Eucatex.
A juíza, porém, fez a ressalva de que a medida poderá ser alterada caso a Eucatex demonstre que a restrição patrimonial poderá levar à quebra da empresa.
OUTRO LADO
A assessoria do deputado, que foi prefeito da cidade de São Paulo de 1993 a 1996, informou que ele não iria se manifestar sobre o bloqueio.
O vice-presidente da Eucatex, José Antônio Goulart de Carvalho, afirmou que a empresa vai recorrer da decisão e que a tese da Promotoria "não faz nenhum sentido".
Segundo Carvalho, não está ocorrendo a dilapidação dos bens da companhia porque após a criação da ECTX, em 2012, o patrimônio da Eucatex passou de R$ 997 milhões para R$ 1,06 bilhão.
Carvalho afirmou também que "a Eucatex não é Paulo Maluf", mas uma companhia de capital aberto, da qual o deputado é um dos acionistas.