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Ativista ironiza projeto que oferece 'cura gay' e diz que vai se aposentar
Grupo de apoio a homossexuais protesta contra proposta de lei
O projeto de lei que permite a psicólogos tratar a homossexualidade como doença, aprovado anteontem pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, abriu o caminho para que gays e lésbicas peçam aposentadoria por invalidez, na avaliação de ativistas.
"Se somos doentes, somos inválidos. Logo, temos que nos aposentar", ironiza Toni Reis, 49, diretor-executivo do grupo Dignidade, de apoio a homossexuais.
Ele propõe, ainda, que o benefício seja equivalente a 24 salários mínimos. Foi o primeiro a encaminhar, na quarta-feira, seu pedido de "aposentadoria compulsória retroativa por homossexualismo" aos ministros Garibaldi Alves (Previdência Social) e Alexandre Padilha (Saúde).
"Devido à minha condição homossexual, que é de notório saber, venho requerer minha aposentadoria compulsória, retroativa até o início das primeiras manifestações da minha homossexualidade, por volta do ano de 1970", afirma no requerimento.
Reis admite que a solicitação é uma forma "risível" de protestar, classificando-a como uma resposta paga na mesma moeda: "Já que eles querem brincar com a nossa cidadania, nós vamos usar isso [pedido de aposentadoria] de forma muito tranquila".
A proposta, chamada pelos críticos de "cura gay", foi aprovada em votação comandada pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da CDH e alvo de protestos que o acusam de racismo e de homofobia. Ainda precisa passar por duas comissões antes de ir ao plenário.
Reis sugere que o benefício seja debitado dos salários de deputados que aprovaram a proposta, do fundo social do pré-sal ou dos lucros obtidos com a construção dos estádios da Copa das Confederações.
