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Esquema repassou propina a partidos, diz lobista a revista
Ex-funcionário da Petrobras aponta campanha de Dilma em 2010 e políticos do PMDB como destinos de recursos
Contratos da divisão internacional da estatal são indicados como origem de contribuições obtidas pelos partidos
Reportagem publicada pela revista "Época" aponta um esquema de corrupção na divisão internacional da Petrobras que teria beneficiado a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e políticos do PMDB, principal parceiro do PT no Congresso.
Segundo a revista, contratos fechados desde 2008 na área foram usados para arrecadar propina de fornecedores e de outras empresas que negociaram com a estatal.
De acordo com a reportagem, na venda de uma refinaria da Petrobras na Argentina para o empresário local Cristóbal Lopez, por US$ 110 milhões, pelo menos US$ 10 milhões teriam sido pagos a lobistas ligados ao PMDB.
A reportagem baseia-se num contrato de 2008 assinado pelo ex-deputado Sérgio Tourinho --apontado como lobista do partido-- e pelo advogado argentino Jorge Rottemburg. O documento estipularia o pagamento de US$ 10 milhões ao brasileiro caso o negócio fosse concluído.
A revista também reproduz entrevista com o ex-funcionário da Petrobras e lobista João Augusto Rezende Henriques. Em nota, Henriques negou que tenha interferido em contratos da estatal.
Segundo a revista, Henriques disse que responsáveis pela campanha de Dilma em 2010 receberam US$ 8 milhões de propina proveniente de um contrato da divisão internacional da Petrobras com a construtora Odebrecht.
Henriques chegou a ser indicado pelo PMDB para uma diretoria na Petrobras em 2006, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas teve seu nome vetado.
José Filippi Júnior, tesoureiro da campanha de Dilma, disse à revista não conhecer Henriques e nega recebimento de dinheiro fora da contabilidade oficial, que foi aprovada pela Justiça Eleitoral.
Em nota oficial, o presidente do PMDB, Valdir Raupp, negou o recebimento dos recursos e disse que Henriques não pode falar pelo partido.
O presidente do PT, Rui Falcão, não quis se pronunciar.