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Efeitos do Bolsa Família após dez anos são desiguais

Trajetória de famílias em favela nos arredores de Recife revela contrastes

Programa de combate à pobreza criado há uma década atende 13,8 mi de famílias e consome menos de 0,5% do PIB

FERNANDO CANZIAN ENVIADO ESPECIAL A PERNAMBUCO

Os dez anos do programa Bolsa Família, completados nesta semana, podem ser vistos sob várias óticas.

Na dos números, um salto de 3,6 milhões para 13,8 milhões de famílias beneficiadas por um orçamento de R$ 18,5 bilhões neste ano.

Um investimento pequeno: o programa custa menos de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Só em juros de suas dívidas, governos federal, estaduais e municipais gastaram 5% do PIB (R$ 230 bilhões) nos últimos 12 meses.

Por trás dos números, famílias. A Folha acompanha duas delas há oito anos no Suvaco da Cobra, favela miserável vizinha ao Recife, em Jaboatão dos Guararapes.

Assim como milhões de outras no programa, elas têm trajetórias distintas; no caso, opostas. Mas ambas ascendentes em termos materiais. E extremamente dependentes de recursos do Estado.

Os Silva são o sonho de formuladores de políticas voltadas à educação, como o Bolsa Família.

Os três filhos adolescentes nunca abandonaram a escola e evoluíram rapidamente.

A cada visita da Folha, leram um texto e escreveram um ditado, cada vez melhor.

A família vive praticamente do Estado. Do Bolsa Família e de dois benefícios federais (do pai, por invalidez; e do filho mais novo, portador de Síndrome de Down).

A poucos metros dos Silva, os Dumont. Na primeira visita, em 2005, eram 10. Na semana passada, 17, 7 a mais nascidos de filhas que engravidaram adolescentes e abandonaram a escola.

As quatro filhas mais velhas da matriarca Sueli reproduziram a trajetória da mãe, e a sua dependência no Bolsa Família. No total, há sete beneficiários no clã.

Entre os Silva e os Dumont, é mínima a renda gerada pelos bicos e trabalhos precários que conseguem.

Lula é endeusado até hoje. Também gostam de Dilma, embora haja ressentimento em relação à presidente por conta da inflação neste ano.

No Suvaco da Cobra, os adultos dessas famílias conhecem bem Dilma, demoram a lembrar que Eduardo Campos governa Pernambuco e reconhecem o nome de Marina Silva como o daquela "moça magrinha".

Segundo o último Datafolha, dependendo do cenário, Dilma tem 54% das intenções de voto no Nordeste. Marina, 27%; e Campos, 19%.


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