Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Para família, 'dívida' com João Goulart está paga

Restos mortais de presidente deposto, morto em 76, receberam homenagens

Viúva Maria Thereza classificou cerimônia em Brasília, com Dilma e três ex-presidentes, como 'ato de coragem'

DE BRASÍLIA

Em cerimônia para receber os restos mortais do presidente João Goulart com honras de chefe de Estado, ontem, em Brasília, a família de Jango, como era conhecido, afirmou que a dívida do Estado brasileiro está paga, mas a exumação de seu corpo ainda não é suficiente para finalizar o processo de investigação sobre sua morte.

A viúva e ex-primeira-dama, Maria Thereza Fontella Goulart, e seu filho, João Vicente Goulart, classificaram o evento como um "ato de coragem", mas que só será concluído quando todos os lados da história forem ouvidos.

"É muito importante esse momento, é um resgate da memória do meu marido", disse Maria Thereza. "Faz a gente esquecer até um pouquinho do passado."

Para acompanhar a cerimônia, a ex-primeira dama sentou entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também participaram os ex-presidentes Fernando Collor de Mello e José Sarney, mais de 20 ministros, deputados, senadores e membros da Comissão da Verdade. Com problemas de saúde, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não compareceu.

A cerimônia durou cerca de 20 minutos. Dilma e Maria Thereza colocaram uma coroa de flores branca sobre a urna do presidente deposto. Emocionada, Maria Thereza foi consolada por Dilma.

A urna havia partido às 7h50 do aeroporto de São Borja (RS) em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Em Brasília, o caixão de Jango saiu da aeronave com a tarja fúnebre atribuída a chefes de Estado. Houve uma saudação com 21 tiros e o hino nacional foi entoado. Havia um público de quase 150 convidados.

A exumação de Jango foi realizada a pedido da família para tentar identificar as causas da morte, ocorrida no exílio, na Argentina. Na época, há quase 37 anos, não foi realizada autópsia.

O próximo passo serão os "exames antropológicos e de DNA". Posteriormente, exames toxicológicos serão feitos em laboratórios internacionais contratados pelo governo. Segundo a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), não há prazo para concluir o processo de exumação.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página