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Principal secretário de Alckmin recebeu propina, acusa delator

Ex-diretor da Siemens afirma que outros membros do governo tinham ligação com lobista

Políticos citados no documento negam envolvimento com esquema e prometem processar os acusadores

DE SÃO PAULO

O principal secretário do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Edson Aparecido, chefe da Casa Civil, é acusado de ter recebido propina para ajudar a Siemens a ganhar contratos do Metrô e da CPTM, segundo ex-diretor da multinacional alemã.

O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) também é citado entre os que receberam comissões. A acusação foi feita por Everton Rheinheimer, ex-diretor de vendas da Siemens, em documento enviado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), segundo o jornal "O Estado de S. Paulo".

A Folha não conseguiu localizar Rheinheimer para comentar as acusações.

Mais três secretários de Alckmin são citados: Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos), José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). O trio, segundo o ex-diretor da Siemens, tinha "estreito relacionamento" com Arthur Teixeira, lobista que foi indiciado duas vezes pela Polícia Federal sob suspeita de repassar recursos da Siemens e Alstom para políticos.

No caso do trio de secretários, porém, não há menção a pagamento de comissões.

Também são citados na categoria de "estreito relacionamento" com Teixeira o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o ex-governador do DF José Roberto Arruda (sem partido), Tadeu Filipelli (PMDB), vice-governador do DF, o deputado federal Walter Feldman (PSB-SP), aliado de Marina Silva, e o deputado estadual Campos Machado (PTB-SP).

Os políticos listados negam envolvimento e dizem que vão processar o ex-diretor.

Segundo o jornal, a declaração do ex-diretor foi entregue em 17 de abril deste ano ao Cade, que a remeteu à PF de São Paulo. O relato do executivo foi feito antes de a Siemens fechar acordo com o Cade em maio, no qual a multinacional diz ter combinado com outras empresas o resultado de licitações em São Paulo e Distrito Federal. Rheinheimer assinou esse acordo.

A PF diz que não pode falar sobre o que fez com o relato porque o inquérito corre sob segredo de Justiça.

O ex-diretor diz ter "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo, durante os governos [Mário] Covas, [Geraldo] Alckmin e [José] Serra e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa dois do PSDB e do DEM".

Rodrigo Garcia é do DEM.

O executivo depôs no Ministério Público, mas não citou nomes de políticos, segundo o promotor Marcelo Milani.

O ex-diretor diz que recebeu ajuda do petista Simão Pedro, secretário da Prefeitura de São Paulo, e "encontrou-se duas vezes com o presidente do Cade, Vinicius Carvalho, para orientá-lo sobre aspectos importantes do acordo". A ajuda do executivo não foi desinteressada: ele queria que o governo arrumasse para ele um cargo de diretor na Vale.

Rheinheimer diz que precisaria da ajuda do PT quando soubessem que foi o principal delator do cartel: "A pressão deles [as empresas acusadas] sobre mim será enorme e eu gostaria de contar com o apoio do partido para resistir ao assédio."


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