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O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Ex-diretor nega ser autor de acusações contra tucanos

Executivo que foi da Siemens diz que informações 'foram distorcidas' e que não será 'suscetível a pressões políticas'

Ministro da Justiça afirma que relatório com denúncias foi repassado por petista ao seu gabinete

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

O ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer negou ontem em nota ser o autor das denúncias segundo as quais empresas que fornecem para o Metrô e a CPTM abastecem o caixa dois dos tucanos em São Paulo há mais de 20 anos.

"Vejo-me na obrigação de esclarecer que os documentos devassados e as informações publicadas como se fossem de minha autoria foram distorcidos e não condizem com a realidade", afirma.

Ele diz que não será "suscetível a eventuais pressões ou discussões políticas paralelas à apuração da verdade".

O ex-diretor nega ter pedido ao PT o cargo de diretor da Vale como recompensa às informações que prestara.

A Folha não conseguiu localizar Rheinheimer.

O documento não é assinado, mas traz uma série de informações que apareciam associadas ao ex-diretor.

O relato diz que o principal secretário do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Edson Aparecido (Casa Civil), recebeu propina do lobista Arthur Teixeira, acusado de intermediar o pagamento de propina de empresas que atuam no mercado de trens. Também é acusado de receber suborno o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).

São citados como próximos do lobista mais três secretários de Alckmin: Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos), José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Garcia é do DEM.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o deputado federal Walter Feldman (PSB-SP) e o estadual Campos Machado (PTB) também são mencionados. Todos refutam a acusação com veemência.

NOVA VERSÃO

O Ministério da Justiça apresentou uma nova versão sobre a origem da denúncia: o documento teria sido entregue ao gabinete do ministro José Eduardo Cardoso por Simão Pedro, deputado licenciado do PT e secretário de Serviços da prefeitura de SP.

Procurado pela Folha, ele não quis se pronunciar.

A versão visa preservar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), segundo a Folha apurou.

O órgão que investiga o cartel no mercado de trens é acusado por tucanos de agir segundo interesses do PT.

Se o documento com acusações aos tucanos tivesse partido do Cade, essas desconfianças só cresceriam.

Há outro risco: empresas acusadas de cartel pela Siemens poderiam acusar o órgão de operar para o PT e tentar anular o acordo que a multinacional alemã assinou.

O presidente do Cade, Vinicius Carvalho, foi chefe de gabinete de Simão Pedro quando ele era deputado estadual e escondeu essa informação do seu currículo.

A versão do ministro contraria memorando assinado pelo delegado da Polícia Federal Braulio Cezar da Silva Golloni, coordenador de Polícia Fazendária em Brasília.

No dia 11 de junho deste ano, Golloni escreveu o seguinte ao enviar o documento para São Paulo: "Encaminho a vossa senhoria denúncia recebida via Cade nesta coordenação".

O delegado Milton Fornazari Jr., responsável em São Paulo pelo inquérito da PF sobre o cartel, confirma em 27 de junho que recebeu informações remetidas pelo Cade.


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