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Pré-candidato do PT tem estreia 'apagada' na Lavagem do Bonfim
DE SALVADOREscolhido pelo PT para suceder ao governador Jaques Wagner, Rui Costa fez ontem sua estreia como pré-candidato do partido na Bahia, durante a Lavagem do Bonfim.
Pouco conhecido do público, o secretário da Casa Civil de Wagner e deputado federal licenciado passou quase despercebido --não foi alvo de vaias nem aplausos.
A festa, que reuniu cerca de um milhão de pessoas em Salvador, é um termômetro da popularidade dos políticos baianos.
Costa caminhou a maior parte dos 7 km do percurso da festa sem a companhia de Wagner. Com lesão no tornozelo, o governador --vaiado em 2012 e ausente em 2013-- percorreu trechos do cortejo.
Até petistas tinham dificuldades para reconhecer Costa. "Sei que é secretário do governo, mas ele tem que aparecer mais", disse o técnico em eventos Hamilton Azevedo, eleitor do PT há 20 anos.
Wagner minimizou a falta de entusiasmo: "Aos poucos, a população vai conhecê-lo."
A participação de Costa contrastou com a passagem do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que, parado a todo momento, levou quatro horas para percorrer o trajeto da festa, que o petista cumpriu em uma hora e meia.
Nem mesmo o aumento recente do IPTU na cidade --de até 30%-- reduziu o assédio ao prefeito, que caminhou ao lado de possíveis candidatos de oposição ao governo: o ex-governador Paulo Souto (DEM) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
A senadora Lídice da Mata, provável candidata do PSB ao governo baiano, caminhou longe de Wagner pela primeira vez em oito anos.
A ministra Marta Suplicy (Cultura) estava na festa e brincou com a reforma ministerial: "Fiz um pedido para o Senhor do Bonfim para continuar na Cultura".
Marcada pelo sincretismo, a Lavagem do Bonfim ocorre há 241 anos. A participação de entidades católicas em cortejo independente foi a principal novidade deste ano.