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Perfil político ajudou Mercadante a vencer disputa pela Casa Civil

Dias antes de formalizar convite, Dilma chegou a sondar Miriam Belchior para assumir a pasta

Quando ministro da Ciência e Tecnologia, petista se aproximou da presidente e passou a ser mais requisitado

NATUZA NERY DE BRASÍLIA

Pouca gente soube. Mas, na reta final, Dilma Rousseff quase optou por um outro nome para a Casa Civil.

O ministro Aloizio Mercadante foi nomeado gerente do governo após sua colega Miriam Belchior (Planejamento) ter sido sondada para o cargo ainda em janeiro.

Ontem, ele tomou posse no seu terceiro ministério em três anos (ocupou antes as pastas da Educação e da Ciência e Tecnologia).

Assumiu o cargo ao lado de outros três colegas: Arthur Chioro (Saúde), Henrique Paim (Educação) e Thomas Traumann (Secom).

Dias antes de formalizar o convite para que deixasse a Educação e migrasse para a Casa Civil, Dilma chegou a esboçar dúvidas sobre o desenho ideal para a pasta.

Ela considerou manter um estilo técnico na chamada "cozinha" do Palácio do Planalto, e só dissipou a dúvida com a conclusão de que, em ano de eleição, era prudente um perfil mais político.

No dia 19 de janeiro, um domingo, Mercadante recebia o tão esperado telefonema da chefe, depois de uma veloz ascensão no círculo íntimo presidencial.

Integrante da formação original do governo, o petista entrou para o primeiro escalão pelas mãos do ex-presidente Lula, então empenhado em dar um prêmio de consolação a quem havia, meses antes, deixado "uma eleição certa para o Senado" para disputar o governo de São Paulo e, assim, dar um palanque para Dilma no Estado durante as eleições de 2010.

Ficou por quase 13 meses na Ciência e Tecnologia. Ali, ajudou a embalar o Ciência sem Fronteiras e usou o programa como trampolim na Esplanada. Foi por meio dele que começou a chamar a atenção da chefe, de quem nunca fora próximo.

Uma passagem contada por assessores palacianos ajuda a ilustrar seu senso de oportunidade. Ao perceber a obsessão da presidente por controlar informações de governo, Mercadante deu a ela um aplicativo para tablets que permitia identificar, em tempo real, onde estavam os alunos bolsistas do programa, suas notas, os cursos e, até, o endereço de cada um.

INFLUÊNCIA

O petista passou a ser chamado a acompanhar a comitiva de Dilma nas viagens internacionais e a fazer discursos, tarefa até então desempenhada sobretudo pelo colega Fernando Pimentel (Desenvolvimento), amigo pessoal da presidente desde os tempos de ditadura e, hoje, menos influente que o colega.

À medida que as dificuldades políticas do governo se avolumavam no Congresso, Mercadante foi sendo cada vez mais requisitado. Tanto que, nos bastidores do Planalto, recebeu a alcunha de "primeiro-ministro" antes mesmo de ser seriamente cogitado para a Casa Civil.

Foi nesse período que a escalada de Mercadante levou um golpe. Incomodada com declarações públicas do ministro, segundo as quais o Congresso "pagaria caro" por não aprovar a reforma política, Dilma o colocou na geladeira por quatro meses.

Só saiu de lá quando a presidente voltou a recuperar popularidade. Segundo a própria chefe, ele fora um dos poucos a "botar a cara pra fora" enquanto o governo "apanhava" nas ruas durante os protestos.


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