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Dilma recebeu dados de refinaria 15 dias antes, diz advogado

Ex-diretor responsável pelo parecer que levou à compra de Pasadena pela Petrobras falará à Câmara no dia 16

Na contramão do discurso da presidente, Mantega disse ontem que conselho da estatal agiu corretamente

DA ENVIADA AO RIO DE BRASÍLIA

Advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro disse ontem que os conselheiros da estatal, incluindo a presidente Dilma, receberam com 15 dias de antecedência o contrato da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.

"Os conselheiros tiveram tempo hábil para examinar o contrato. Se não o fizeram, foram no mínimo levianos ou praticaram gestão temerária", disse Ribeiro à Folha. "Cerveró não vai aceitar ser bode expiatório. Não há nada de errado com o negócio".

Dilma negou ter recebido o contrato antecipadamente, segundo afirmou o ministro Thomas Traumann (Comunicação Social). A Petrobras não comentou a declaração do advogado.

Cerveró interrompeu as férias com a família na Europa e voltou ao Brasil. Ele será ouvido pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara no dia 16 de abril.

Há algumas semanas, a presidente Dilma afirmou que só aprovou a compra de Pasadena dos belgas da Astra porque recebeu um resumo "falho" que não continha duas cláusulas hoje consideradas lesivas à Petrobras.

O resumo foi escrito por Cerveró, que à época ocupava a diretoria internacional da estatal. Ribeiro diz que as cláusulas não constavam porque o resumo de Cerveró tinha "apenas uma página e meia", mas que os conselheiros tiveram acesso ao contrato com antecedência.

Após uma disputa na Justiça, a Petrobras acabou pagando US$ 1,18 bilhões pelo total do ativo em 2012, que os belgas adquiriram por US$ 42,5 milhões em 2005.

DIVERGÊNCIAS

Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) também deu uma declaração na contramão do que disse Dilma. Ele defendeu a atuação do Conselho de Administração da estatal no episódio da compra da refinaria. Já Dilma afirmou que só votou a favor do negócio porque se baseou em parecer incompleto.

"Tenho a certeza de que o Conselho de Administração agiu corretamente nessa ocasião, assim como em outras ocasiões. O Conselho é formado por pessoas da mais alta competência, que analisaram a compra com toda a profundidade necessária", disse.

Com apoio de investidores estrangeiros, o consultor José Monforte substituirá o empresário Jorge Gerdau no Conselho de Administração da estatal. Gerdau ocupava a cadeira há 13 anos.


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