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Estatal chegou a estudar fechamento de Pasadena

SAMANTHA LIMA DO RIO

Depois de contabilizar perda bilionária e se ver obrigada a bancar sozinha a operação da refinaria Pasadena, em 2009, em meio à briga com os sócios belgas da Astra, a Petrobras chegou a estudar seu fechamento temporário, por até cinco anos.

A alternativa foi uma das seis avaliadas por um grupo de trabalho criado na Petrobras com o objetivo de discutir opções para "adequar o retorno dos investimentos realizados", como mostra documento interno da Petrobras ao qual a Folha teve acesso.

O grupo tinha dez integrantes, de várias áreas da empresa, e foi instituído pelo então diretor internacional Jorge Zelada, em 21 de janeiro de 2009, quase dois meses depois de a Astra ter deixado a refinaria.

Zelada substituiu Nestor Cerveró, dispensado do cargo depois de ter levado para os belgas uma oferta, não autorizada pelo Conselho de Administração da Petrobras, de compra do restante da refinaria por US$ 788 milhões, no fim de 2007.

As alternativas estudadas foram realizar somente investimentos em segurança, meio ambiente e saúde (SMS), adequar a unidade para processamento do petróleo brasileiro, dobrar a capacidade, deixá-la "hibernar" ou vendê-la.

A previsão de gastos até 2013, para cada opção, ia de zero, caso a refinaria fosse vendida imediatamente, a US$ 3 bilhões, caso se optasse pela duplicação que os ex-sócios tanto rejeitavam.

Na análise conjunta de sete variáveis estudadas, o investimento de US$ 1,5 bilhão para adaptar a refinaria ao óleo brasileiro figurava como melhor opção. Duplicar, fechar e vender imediatamente eram as alternativas com pior impacto no item "imagem da Petrobras".

Parar a refinaria demandaria gastos de US$ 390 milhões com manutenção e foi classificado, ao fim do estudo, como "sem atratividade econômica". Vender imediatamente também foi descartado, porque, segundo a Petrobras, o negócio contabilizaria "elevado prejuízo imediato".

Ao fim, o grupo recomendou a realização de investimentos de US$ 275 milhões em "sustentabilidade", que previa a implantação de projetos de SMS e "confiabilidade", mais US$ 7,4 milhões em adaptações, e busca por parcerias comerciais.

Esta foi apontada como a única opção capaz de, no longo prazo, tornar a refinaria atraente para venda.

A recomendação foi atendida no ano seguinte, quando a Petrobras fechou com a Odebrecht um contrato em SMS para unidades --inclusive Pasadena-- em dez países por US$ 825,6 milhões.

Logo após assumir a presidência da Petrobras, em 2012, Graça Foster determinou uma auditoria que resultou em um corte desse contrato a quase metade do valor.

Depois disso, o TCU decidiu iniciar uma fiscalização no contrato, que ainda está em andamento.


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