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Câmara suspende mandato de tucano por noventa dias
Carlos Lereia, de Goiás, foi punido por ser próximo do empresário Carlinhos Cachoeira
O plenário da Câmara aprovou ontem a suspensão do mandato do deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) por 90 dias devido a seu envolvimento com o empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de corrupção.
A decisão foi aprovada em votação aberta por 353 deputados. Outros 26 votaram contra a punição.
Lereia é o primeiro deputado a receber uma punição alternativa. Antes, o regimento da Câmara previa apenas a cassação do mandato. O tipo de punição é decidida pelo Conselho de Ética.
Em setembro de 2013, os deputados do conselho aprovaram relatório do deputado Sérgio Brito (PSD-BA) que considerou censurável a "estreita relação de amizade" entre Lereia e Cachoeira.
Para o relator, as diversas gravações telefônicas entre o deputado, Cachoeira e pessoas ligadas a ele, colocaram em dúvidas os atos e a seriedade do parlamento.
Durante a sessão, Lereia discursou na tribuna e afirmou que nunca negou ser amigo de Cachoeira. "Jamais omiti ou menti sobre essa relação", disse. Para ele, o fato de Cachoeira ser dono de laboratórios, que necessitam de diversas aprovações do poder público, demonstravam que ele era uma pessoa séria.
Após a proclamação do resultado, Lereia apresentou um pedido de licença para tratar de assuntos particulares por 40 dias a serem contados a partir do fim da suspensão. Assim, o suplente da coligação será convocado.
Trata-se de Valdivino José de Oliveira (PSDB-GO).
No período de afastamento, Lereia não receberá salário, benefícios e verba de gabinete.