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Janio de Freitas

Passagem de fica

O 'Volta Lula', se transforma em 'Fica Dilma' ao preço alto de determinados cargos que decidem obras

Em outros tempos, o jornalismo político falaria de condições para o entendimento. Com as mudanças na maneira e nos fins do fazer política, o vocabulário perdeu a cerimônia. As condições passaram a ser o preço. É isso, então: o "Volta Lula" se transforma em "Fica Dilma" ao preço de determinados cargos. Mas preço alto: são os cargos em que se decidem contratações de empreiteiras, aditivos de contratos e revisão de preços nas obras e serviços de transportes. Em todo o território nacional.

Lançador da "campanha nacional Volta Lula", o deputado Bernardo Santana, líder do "governista" PR, logo se revelou também um político transparente. Tratou de advertir que "o Volta Lula não significa que o PR não venha a apoiar Dilma". Claro. Depende, só isso.

Entre o "volta" e o "fica" há, além da questão de preço, um problema de governo. As informações disponíveis indicam que enfim está controlado o DNIT, a área administrativa da infraestrutura de transporte, que se mostrou mais como domínio de empreiteiras que do governo. E Dilma Rousseff está preferindo "Voltem políticos" ao "Fica general" Jorge Fraxe, a quem entregou a mudança no DNIT.

RESERVAS

A nota crítica do ministro Joaquim Barbosa, em resposta ao comentário de Lula sobre o julgamento do mensalão, propõe uma dúvida. Diz que Lula "revela sua dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome".

De que Judiciário se trata? Ao final do julgamento que isentou Fernando Collor de condenação, na semana passada, o ministro Joaquim Barbosa fez críticas, compreensíveis para Lula e para todos, ao Judiciário brasileiro que consumiu 23 anos em enrolações de um processo, que assim levou à prescrição das acusações de corrupção e falsidade ideológica ao presidente por elas tirado do poder.

Pior ainda, o processo, como atestou a própria ministra-relatora Cármen Lúcia, está marcado por adulterações que mais se aproximam do crime que de Justiça.

A prescrição não é propriamente absolvição. Mas o que fica, nesse caso de Fernando Collor, não é o "papel reservado" a um Judiciário em uma democracia. A menos que se realce a expressão "papel reservado", apenas, não papel exercido.

QUE DOIS?

Nada pode justificar o intervalo de quatro dias entre a morte do coronel Paulo Malhães e a busca em sua casa pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, quando recolheram três computadores e documentos da repressão. O intervalo dava muitas oportunidades.

Importa saber, agora, por que os invasores da casa levaram só dois, e por que estes, dentre cinco computadores.


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