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Lula relança Dilma com ataque a elites e à oposição

Ex-presidente defende sucessora e afirma que não há outro candidato no PT

Tucanos representam 'retrocesso' e são movidos por 'rancor e ódio', diz presidente, sem citar Aécio Neves

DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO PAULO DE SÃO PAULO

A presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, usaram ontem um encontro nacional do PT para relançar a candidatura dela à reeleição com duros ataques à oposição, num esforço para tentar dissipar os rumores de que ele pode substitui-la na corrida eleitoral.

"É preciso parar de imaginar que existe outro candidato", disse Lula em seu discurso no evento petista. "Quando a gente brinca com isso, os adversários aproveitam. Não podemos gastar energia com coisas secundárias."

Em seguida, ele acrescentou: "Se um dia eu tiver que ser candidato a alguma coisa, a primeira pessoa a saber será a companheira Dilma".

O ex-presidente disse que as "elites" que se opõem aos petistas são "ingratas". "Nunca vi pessoas que ganharam tanto dinheiro serem tão ingratas", afirmou Lula. "Nós sabemos que há uma parte da elite que não nos suporta, que é ingrata com esse governo que consertou esse país."

Dilma disse estar "honrada" com a missão de concorrer à reeleição e escolheu o senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB, como alvo preferencial. Sem citar seu nome, Dilma disse que os tucanos são movidos por "rancor e ódio" e representam "retrocesso, mesmo que travestidos de novidades".

Em queda nas pesquisas, Dilma lançou uma ofensiva nesta semana para recuperar a iniciativa política e estancar as pressões pela entrada de Lula na disputa eleitoral como candidato em seu lugar, movimento que nos últimos meses foi estimulado por empresários e até petistas.

Nos últimos dias, a presidente disse que será candidata mesmo sem o apoio dos partidos da base governista, atacou os adversários e usou um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão para anunciar várias medidas de apelo popular na véspera do 1º de Maio, incluindo um aumento no Bolsa Família.

Ontem, a presidente voltou à carga com mais força. "Há forças políticas que detestam os programas que tiram pessoas da miséria, até porque nunca se preocuparam com elas. Que acham que o caminho está no passado", disse, numa referência velada aos tucanos, que governaram o país por oito anos antes da chegada de Lula ao poder. "Mas o povo não vai deixar."

Lula criticou o ex-governador Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência. Sem citá-lo nominalmente, mencionou a proposta que Campos apresentou nesta semana para garantir a autonomia do Banco Central e lembrou que a ideia foi defendida anteriormente por vários outros adversários do PT.

O ex-presidente atacou a oposição por patrocinar a criação de uma CPI para investigar os negócios da Petrobras, sugerindo que os adversários lançam suspeitas sobre a estatal para minar sua credibilidade, lucrar com a desvalorização de suas ações e fazer "caixa de campanha ameaçando a Petrobras".

A presidente e seu padrinho político também criticaram a imprensa. Lula chegou a classificá-la como o "maior partido de oposição" do país.

Lula disse que o PT e os petistas condenados no processo do mensalão são alvo de "perseguição" e acusou a Justiça de dar tratamento diferente ao chamado mensalão mineiro, caso que tem que o ex-governador tucano Eduardo Azeredo como réu e ainda não foi julgado. "Do mensalão mineiro ninguém fala."

Lula afirmou que os petistas deveriam aproveitar as eleições deste ano para "recuperar a imagem" do PT e propor uma "nova utopia" para os jovens que nos últimos anos perderam o interesse pela política partidária.


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