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Anúncio petista usa discurso do medo contra adversários

Filme do PT na televisão associa rivais a 'fantasmas do passado' e afirma que Brasil 'não quer voltar atrás'

Tucano Aécio Neves classificou de 'triste' a iniciativa petista; para Eduardo Campos, é um 'grande tiro no pé'

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

O PT decidiu aprofundar o discurso do medo para tentar alavancar a pré-candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. A estratégia ficou visível ontem num comercial de um minuto de duração exibido nas TVs abertas.

As imagens mostram brasileiros empregados, com acesso a remédios, estudo e lazer, em contraposição a pessoas desempregadas, passando fome e pedindo dinheiro em semáforos. Seriam os "fantasmas do passado", o título do comercial petista.

Produzido e dirigido pelo marqueteito João Santana, responsável pelas eleições de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e de Dilma (2010), o comercial tem imagem com textura de película de cinema, produção esmerada e trilha sonora com tom fúnebre.

O locutor alerta: "Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo o que conseguimos". Ao final, diz: "Nosso emprego de hoje não pode voltar a ser o desemprego de ontem. Não podemos dar ouvidos a falsas promessas. O Brasil não quer voltar atrás".

É uma alusão a propostas feitas por adversários como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Aécio tem dito que é necessário tomar "decisões impopulares" na economia. Campos promete buscar inflação anual de 3% a partir de 2019, política chamada de recessiva por Dilma.

A estratégia usada agora pelo PT guarda semelhança com a utilizada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

EM 2002, FALHOU

Na TV, FHC falava de um "mundo turbulento" por causa da crise internacional da época. O Brasil não podia parar, dizia, referindo-se ao então adversário direto, Lula. O comercial de 1998 sugeria que só o tucano estaria preparado para continuar a combater a inflação. A abordagem deu certo. O PSDB venceu.

Em 2002, a jogada falhou. Naquele ano, o PSDB tentava eleger José Serra, apresentado como o mais capacitado para manter a estabilidade econômica dos anos FHC. Num comercial, usou a atriz Regina Duarte dizendo que sentia medo ao pensar numa alteração de partido no poder.

Lula era o candidato de oposição pela quarta vez. O publicitário do petista à época, Duda Mendonça, criou o slogan "a esperança vai vencer o medo". O PT ganhou.

Nas eleições seguintes, foi a vez de o PT adotar a mesma estratégia dos tucanos, mas com gradações diferentes. Em 2006, já com João Santana de marqueteiro, Lula insinuou em seus comerciais que o PSDB iria privatizar empresas, inclusive a Petrobras.

Em 2010, a propaganda petista que elegeu Dilma sugeriu que o PSDB faria novas privatizações e que poderia reduzir ou acabar com programas como o Bolsa Família.

"É triste ver um partido que não se envergonha de assustar a população para tentar se manter no poder", criticou o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves.

Para Eduardo Campos, pré-candidato do PSB, o PT começa a dar sinais de "desespero". "Acho que aquilo vai ser um grande tiro no pé. Com esse tipo de campanha, os que acham que vão colocar medo, vão encorajar o povo a tirar a presidente Dilma inclusive do segundo turno."


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