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Greve deixa 2 milhões sem ônibus no Rio

Motoristas e cobradores devem continuar parados hoje; 158 veículos foram depredados

DO RIO

Uma nova paralisação de motoristas e cobradores atingiu 2 milhões de pessoas ontem no Rio, a maioria das quais deve continuar sem transporte hoje, contrariando decisão da Justiça.

Os líderes da greve, dissidentes do sindicato da categoria, dizem não ter como orientar a volta ao trabalho de 70% dos grevistas, como determinou o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) por considerar que o transporte é atividade essencial à população.

A prefeitura estima que só 30% dos motoristas e cobradores irão trabalhar hoje.

No segundo dia de paralisação em uma semana, apenas 10% da frota de 8.000 ônibus circulou pela manhã, subindo para 18% à tarde. Os líderes grevistas estimam em 80% a adesão à mobilização.

A escassez de ônibus causou superlotação nos trens, no metrô e nas barcas que fazem a ligação com Niterói.

Carros viraram lotação na zona oeste, cobrando até R$ 10, mais de três vezes o valor da passagem de ônibus (R$ 3). Com mais veículos nas ruas, o trânsito ficou intenso.

Ao menos 158 ônibus foram depredados, segundo a Rio Ônibus, sindicato das concessionárias do transporte.

Na paralisação da quinta passada, 531 ônibus foram depredados. A Polícia Militar informou que dez pessoas foram detidas ontem. Grevistas atribuíram a violência menor à maior adesão ao movimento.

A Folha circulou por duas garagens. Na zona norte, piqueteiros atiravam ovos nos ônibus que passavam.

MULTA

A decisão da Justiça prevê multa de R$ 50 mil ao sindicato se ao menos 70% da categoria não volte ao trabalho.

Embora a entidade seja contrário à greve, o TRT considera que ele é o "legítimo representante da categoria".

O sindicato tem como vice-presidente Sebastião José, também presidente da Nova Central Sindical no Rio, ligada ao PMDB. Ele criticou a greve. "Falta bom senso. Não é proposta para negociar. É um grupo que quer parar a cidade na Copa do Mundo. É uma decisão política na luta dos trabalhadores", disse ele.

O sindicato afirmou que vai recorrer da multa. Já os dissidentes discutirão amanhã a volta ao trabalho. "Não tem como colocar 70% para trabalhar de uma hora para outra", disse Hélio Theodoro, principal líder da greve.

Os grevistas receberam apoio da Conlutas, central ligada ao PSTU, de petroleiros e de garis, que fizeram paralisação semelhante, sem aval do sindicato, em março.

Motoristas e cobradores já tiveram neste ano 10% de alta no salário, que foi para R$ 1.957, e na cesta básica, corrigida de R$ 100 para R$ 140.

Os dissidentes pedem salário-base para motorista de R$ 2.500 e cesta básica de R$ 400. Eles pedem também o fim da dupla função e plano de saúde.


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