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Júnior Friboi deixa disputa eleitoral em GO

Bilionário fundador de frigorífico desiste de candidatura e insinua que foi traído pelo ex-governador Iris Rezende

Oposição da família a projeto político e rivalidade interna no PMDB fizeram empresário se afastar

DAVID FRIEDLANDER DE SÃO PAULO

Com uma carta ressentida e críticas pesadas a colegas de partido, o empresário José Batista Júnior, que prometia fazer uma das campanhas mais ricas das eleições deste ano, anunciou nesta quinta-feira (22) que está fora da disputa pelo governo de Goiás.

Conhecido como Júnior Friboi e fundador do JBS, maior frigorífico do mundo, o bilionário vinha se preparando para a disputa há mais de dois anos e se filiou ao PMDB com o apoio do vice-presidente Michel Temer.

Tinha um contrato apalavrado com o publicitário Duda Mendonça e dizia que colocaria algo como R$ 100 milhões do próprio bolso na campanha --o equivalente a um terço de tudo que a presidente Dilma Rousseff arrecadou para se eleger em 2010.

Na sua carta de renúncia, o empresário critica o ex-governador Iris Rezende, maior liderança do PMDB de Goiás. Nos últimos meses, os dois travaram uma acirrada disputa interna pela vaga de candidato ao governo do Estado.

Em abril, diante da iminência de uma derrota, Iris retirou seu nome. Mas seus aliados passaram a acusar Júnior de ter se imposto usando o poder econômico para ganhar a simpatia de líderes do partido.

O empresário disse várias vezes que, se fosse candidato, daria recursos para financiar as campanhas de candidatos da sigla a vagas de deputado estadual e federal.

Na sua carta, Júnior insinua que foi traído por Iris. Ele conta que foi para o PMDB depois de receber do correligionário a garantia de que este não tinha intenção de disputar o governo do Estado.

"Iris me disse naquela vez que não pretendia concorrer a governador, o que viria a reafirmar em várias conversas que tivemos depois", disse.

Apesar do compromisso, Iris se lançou pré-candidato e depois acabou desistindo. "Infelizmente, a renúncia dele não acabou com as intrigas de bastidor ou os ataques contra mim", escreveu Júnior.

A família do empresário era contra seu projeto político. Mais novos, os irmãos Joesley e Wesley, que hoje tocam os negócios da família, tentaram fazer Júnior desistir em mais de uma ocasião.

Além de serem próximos do atual governador, Marconi Perillo (PSDB), que deve tentar a reeleição, os irmãos Batista temiam que as empresas acabassem expostas a situações constrangedoras.

Foi o que ocorreu depois que Júnior se lançou candidato, quando vazaram informações de que o JBS fora autuado pela Fazenda de Goiás em R$ 1,3 bilhão por supostamente não recolher ICMS.

Esse número nunca foi confirmado, mas o JBS admite que está recorrendo das autuações. Boa parte do débito tem origem em vários frigoríficos concorrentes que a família comprou nos últimos anos.

O assunto tinha potencial para constranger Júnior na campanha, quando teria de explicar de que lado ficaria se fosse eleito governador.

Pessoas ligadas a Iris Rezende apontaram essa pendência como um ponto fraco do empresário e sugeriram que ele teria também problemas na área ambiental. Júnior não quis esperar para ver.


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