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Indicação política pautou nomeações a agência em PE

Postura de Campos no governo contradiz promessas feitas agora

À frente do Estado, Campos escolheu nomes tradicionais da política para direção de agência reguladora

GUSTAVO URIBE DE SÃO PAULO PAULO GAMA DO PAINEL

O pré-candidato do PSB à sucessão presidencial, Eduardo Campos, adotou como uma de suas bandeiras eleitorais a crítica à indicação política para agências reguladoras e garantiu que irá criar estrutura para recrutar nomes técnicos aos cargos públicos.

Nos dois mandatos à frente do governo de Pernambuco, no entanto, o dirigente nacional do PSB indicou ao posto de diretor-presidente da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) nomes tradicionais na política estadual e aliados históricos do ex-governador Miguel Arraes, avô do presidenciável.

Oatual diretor-presidente da agência que regula os serviços públicos em Pernambuco é o ex-deputado estadual Roldão Joaquim dos Santos, membro da Executiva Estadual do PDT, partido da base aliada do governo estadual.

O político, que está no posto desde 2011 e que foi prefeito de São Joaquim do Monte (PE), atuou como secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos no primeiro governo do presidenciável

"Ele (governador) encaminha à Assembleia Legislativa nomes que considera capazes e que sejam de confiança", explicou Roldão. "A escolha é do governador, ele é que faz dentro do mercado de trabalho", acrescentou.

No primeiro mandato como governador, Campos indicou para diretor-presidente da agência reguladora o ex-deputado estadual Ranilson Ramos, que foi um dos coordenadores de sua campanha ao governo estadual e fazia parte da executiva do PSB em Pernambuco.

Ele foi aliado do governo de Miguel Arraes na Assembleia Legislativa e atuou como consultor no Ministério da Ciência e Tecnologia quando Campos era ministro.

Ramos, que deixou o PSB em 2013 para assumir cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, afirma que foi indicado por sua formação como economista.

"Há nomes políticos com completa formação para isso. O que o nosso governador tem dito é da necessidade de que essa regulação seja mais intensa e completamente independente", disse.

No governo do presidenciável, outro político que integrou a agência reguladora foi o ex-vereador e atual presidente municipal do PSB em Garanhuns, Ivan Rodrigues.

O socialista, que atualmente é secretário executivo da Secretaria de Articulação Social e Regional de Pernambuco, foi por cinco anos diretor administrativo e financeiro da Arpe e chegou a ocupar a presidência como interino, com a saída de Ramos. Era considerado um dos aliados mais próximos de Arraes,.

OUTRO LADO

Procurada pela Folha, a assessoria do PSB afirmou que a escolha dos nomes teve motivação técnica. "O economista Ranílson Ramos e o advogado Roldão Joaquim foram nomeados pela sua ampla experiência no serviço público", disse.

Segundo o partido, "a Arpe teve seu papel reforçado e ampliado durante os sete anos da gestão Campos".

A ideia de barrar contratações por critérios políticos foi expressada por Campos em palestra a empresários, na semana passada..

"Hoje, para colocar alguém na Anatel e na Aneel, nas agencias que regulam os setores mais estratégicos do país, o presidente manda para o Senado Federal um nome, normalmente indicado por um partido", disse.

"No nosso governo, vamos fazer um instituto de headhunter', vamos chamar, por edital, pessoas que estudaram, se capacitaram e trabalharam para que disputem a indicação, para que a gente não mande ao Senado Federal apaniguados na velha dobradinha entre empresas e políticos", acrescentou o presidenciável.


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