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A Copa como ela é

PM usa bomba em piquete no metrô de SP; greve continua

Fracassa tentativa de conciliação; desembargadores decidirão amanhã se paralisação é abusiva ou não

Segundo dia de greve deixa trânsito caótico na capital pela manhã; servidores terão de retornar ao trabalho

DE SÃO PAULO

Marcado por tumulto entre metroviários e a Polícia Militar, que usou bombas de gás e balas de borracha para desfazer um piquete, o segundo dia de greve do metrô terminou com uma tentativa fracassada de acordo e a promessa de que a paralisação continua neste sábado (7).

Neste domingo, a Justiça do Trabalho deve decidir se a greve é ou não abusiva.

A sexta-feira amanheceu como na véspera, com três linhas (1-azul, 2-verde e 3-vermelha) paralisadas e uma (5-lilás) operando parcialmente. A linha 4-amarela, que é privatizada, funcionou.

A diferença foi a atuação da PM, que, por determinação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi a campo para tentar impedir que um grupo de grevistas bloqueasse estações e proibisse colegas de trabalhar.

Na estação Ana Rosa, um grupo tentou impedir o avanço da Tropa de Choque da PM, que abriu caminho usando munição não letal.

"Chegamos para fazer um piquete e acabamos surpreendidos com a polícia, que nos atacou em ambiente fechado. Estou fazendo 30 anos de Metrô e olha o que eu ganho", disse José Carlos dos Santos, 54, apontando para um ferimento na perna --ninguém ficou ferido gravemente.

Segundo o capitão Snay Nanni, que coordenava os policiais no local, a PM só agiu para garantir que a população tivesse acesso ao metrô.

"O interesse público deveria prevalecer aos interesses da categoria", disse ele.

Os metroviários também fizeram piquetes nas estações Bresser-Mooca, na zona leste, e Jabaquara, na zona sul.

Com o rodízio suspenso, o trânsito foi caótico pela manhã e os ônibus voltaram a ficar superlotados. Ir para o trabalho virou uma tarefa árdua. "Este é o Brasil a seis dias da Copa", disse o cadeirante David Posada, que procurava condução no Jabaquara.

O Metrô enviou telegramas a funcionários informando sobre liminar que proíbe paralisação no horário de pico --desrespeitada nos dois dias. Para o sindicato, foi ameaça indevida e terrorismo.

À tarde, uma reunião de conciliação solicita pelos metroviários deu a impressão de que a greve teria fim.

Eles pediram nova proposta ao governo, que não cedeu sob o argumento de que não há condição financeira diante do congelamento da tarifa.

Os funcionários querem aumento de ao menos 10%, mas a empresa oferece 8,7% --a inflação desde o último reajuste, em 2013, foi de 5,8% (INPC).

Os metroviários têm piso salarial de R$ 1.323,55.

A reunião foi tensa e teve troca de acusações dos dois lados. O desembargador Rafael Pugliese, que mediu o encontro, sugeriu acordo com um percentual intermediário, de 9%, mas ele foi recusado.

O julgamento da greve e a definição do reajuste será às 10h de domingo --a Justiça montou plantão para a Copa.

Segundo Pugliese, qualquer que seja a decisão, a greve terá que acabar, sob pena de punições "civis, criminais e trabalhistas" aos grevistas.


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