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A Copa como ela é

Imagem não prova agressão a coronel da PM, diz perícia

Jovem ficou preso 13 dias e foi indiciado por suspeita de tentativa de homicídio

Policial foi espancado por dez manifestantes; agora, investigação vai focar outros três pessoas suspeitas

ADRIANA FARIAS DE SÃO PAULO

Um laudo da Polícia Civil contendo ao menos 200 imagens diz que não é possível afirmar que o estudante Paulo Henrique Santiago dos Santos, 22, agrediu o coronel da PM Reynaldo Simões Rossi, durante protesto violenta em outubro em São Paulo.

À época comandante da região central da capital, Rossi foi espancado por "black blocs" num terminal de ônibus. A presidente Dilma condenou a agressão, que chamou de "barbárie".

Após ser apontado como o agressor por um PM que socorreu o coronel, o jovem ficou preso por 13 dias. Ele é o único indiciado no caso por associação criminosa e tentativa de homicídio.

"Em nenhuma imagem Paulo aparece em postura ofensiva agredindo ou ostentando objetos capazes de produzir lesões", diz a perícia.

A polícia tenta identificar outros três suspeitos.

Rossi foi espancado por ao menos dez manifestantes, durante protesto do Movimento Passe Livre no Terminal D. Pedro 2º. Ele teve fratura na omoplata, além de cortes nas pernas e na cabeça.

"Temos certeza de que o Paulo estava lá [ele aparece com o rosto descoberto nas fotos], mas os laudos não foram conclusivos quanto à agressão", diz a delegada Vanessa Lima da Costa.

O advogado do jovem, Alexandre Pacheco Martins, afirma que os punhos cerrados e levantados capturados nas imagens geram diversas interpretações e "podem indicar postura de defesa".

A conclusão desse laudo não inocenta Santos. Há outros perícias a serem concluídas. Mas as investigações saem de seu foco e se concentram nos demais suspeitos.

A Polícia Civil tenta identificar duas garotas e investiga a identidade de um homem suspeito de ter furtado a arma do oficial.

Em entrevista anterior, o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, disse que o caso potencializou o investimento na "tropa do braço", designada para conter manifestantes sem fazer uso de armas.

A Polícia Civil deve pedir ao Ministério Público mais prazo para a conclusão do inquérito. Finalizado, ele segue para a Promotoria, que pode oferecer denúncia ou não dos envolvidos à Justiça ou mesmo devolvê-lo à delegacia para mais apurações.

"Está provado que o Paulo nem chega perto do coronel, mas, se assim mesmo houver denúncia, vamos nos defender", diz seu advogado.

Segundo ele, Paulo só se pronunciará quando o inquérito for concluído e a Promotoria se manifestar.


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