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A Copa como ela é
Governo cede e sem-teto prometem trégua
Temendo novos protestos em São Paulo, Presidência e prefeitura anunciam pacote para movimento de moradia
Ações terão apoio do governo do Estado; terreno próximo ao estádio do Itaquerão receberá habitações
Após a ameaça de um "junho vermelho", com promessa de transtornos durante a Copa do Mundo, o governo federal e a Prefeitura de São Paulo anunciaram nesta segunda-feira (9) uma série de medidas para atender às reivindicações dos sem-teto.
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) afirmou que grande parte das demandas foi atendida e prometeu trégua nos atos.
A principal delas é a construção de unidades habitacionais na invasão conhecida como Copa do Povo, a cerca de 3,5 quilômetros do estádio do Itaquerão, na zona leste da capital paulista.
Segundo o líder do MTST, Guilherme Boulos, a gestão Dilma Rousseff (PT) dará um subsídio de R$ 76 mil para cada uma das 2.000 unidades a serem erguidas. Outra parte será financiada pelo Estado e pela prefeitura.
Ele diz que as moradias serão feitas pela própria construtora Viver, dona da área, e que o projeto será elaborado em parceria com o MTST.
A construtora, porém, não confirmou a informação.
O acordo prevê também a inclusão do movimento de sem-teto no Minha Casa, Minha Vida, conforme revelou a Folha no domingo (8).
Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República afirma que o governo irá propor a ampliação do limite de unidades habitacionais por entidade --de 1.000 para 4.000-- na próxima fase do programa federal.
De acordo com Boulos, a renda máxima para beneficiários da faixa 1 do programa também deve ser alterada, passando de R$ 1.600 para R$ 2.172 (o correspondente a três salários mínimos).
O governo anunciou ainda a criação de um grupo interministerial para mediar conflitos urbanos, com atuação das pastas de Cidades, Justiça e Direitos Humanos, além da secretaria da Presidência.
Esse trabalho, segundo o governo, será preventivo e "nos casos em que se possa, nos termos da lei, propor alternativas que estimulem o entendimento e a resolução pacífica de conflitos".
Após o acordo, segundo Boulos, os protestos do MTST serão focados na aprovação do Plano Diretor, que poderá permitir que áreas de ocupações sejam tornadas Zeis (zona especial de interesse social) e destinadas a moradias.