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À CPI do Senado ex-diretor nega esquema na Petrobras

Segundo Paulo Roberto Costa, dinheiro apreendido pela PF era para pagar impostos

Depoimento a comissão integrada só por governistas durou quase 5 horas e não teve perguntas embaraçosas

DE BRASÍLIA

No seu primeiro depoimento à CPI da Petrobras no Senado, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa negou nesta terça-feira (10) ser o "homem-bomba" e afirmou que a estatal não é "um balcão de negócios".

Ao explicar o motivo de ter R$ 762 mil em sua casa, Costa admitiu que não declarou parte da quantia à Receita Federal porque, segundo ele, o dinheiro poderia servir para pagar impostos. A PF apreendeu todo o valor.

"Havia a necessidade de ter dinheiro vivo para fazer uma série de pagamentos, como impostos [da empresa Costa Global]. Muitos brasileiros fazem isso", disse.

A Costa Global foi aberta por ele após aposentar-se da Petrobras em 2012.

O depoimento do ex-diretor na CPI composta só de senadores governistas durou quase cinco horas e não teve perguntas embaraçosas.

A oposição boicota a comissão e a acusa de ser "chapa branca". Por esse motivo, criou outra CPI, integrada por deputados e senadores, para investigar a Petrobras.

LAVA JATO

Costa foi preso no dia 17 de março na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Ele é acusado de participar de esquema controlado pelo doleiro Alberto Youssef que teria movimentado, de forma suspeita, R$ 10 bilhões.

Costa foi solto no dia 19 de maio, após decisão do ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em vários momentos, o ex-diretor defendeu a Petrobras. "Repudio com veemência que a [Petrobras] era organização criminosa. [A Petrobras] não era balcão de negócios, uma casa de negócios."

De acordo com Costa, se a PF aprofundar as investigações, vai comprovar que não existem negócios ilegais na estatal. "Não existe lavagem de dinheiro da Petrobras para Alberto Youssef. É uma empresa que orgulha o povo brasileiro", afirmou.

Apesar de negar envolvimento com o suposto esquema do doleiro, o ex-diretor admitiu ter prestado consultoria para Youssef.

Segundo Costa, o doleiro estava interessado na compra da EcoGlobal, empresa que presta serviços à Petrobras. Apesar de o negócio não ter sido concluído, ele admitiu ter recebido um Land Rover, no valor de R$ 300 mil, pela consultoria prestada já como dono da Costa Global.

O ex-diretor também comentou a polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Segundo ele, foi um bom negócio independente das cláusulas "Marlim" e "Put Option".

Em 2006, o Conselho de Administração da Petrobras, presidido à época por Dilma Rousseff, autorizou a compra de 50% da refinaria, que pertencia à belga Astra Oil.

Em março, oito anos depois, a presidente Dilma criticou o resumo que embasou seu aval ao negócio, considerado "incompleto" por omitir as cláusulas prejudiciais à Petrobras.


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