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A Copa como ela é

Deputados vetam máscara em protestos em São Paulo

Para virar lei, medida ainda precisa ser sancionada por Geraldo Alckmin

Proposta, controversa, também obriga que manifestações sejam informadas à polícia com antecedência

CÉSAR ROSATI DE SÃO PAULO

Os deputados estaduais aprovaram em sessão extraordinária nesta quinta (3) projeto de lei que proíbe o uso de máscaras em manifestações em São Paulo. A medida precisa ser sancionada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para entrar em vigor.

O projeto, apresentado pelo deputado Campos Machado (PTB), também exige que as polícias Civil e Militar sejam avisadas previamente sobre a realização de protestos.

Hoje, a Constituição já determina que qualquer ato deve ser informado às "autoridades competentes", mas não especifica quais.

Segundo o texto, a proibição do uso de objetos que escondam o rosto ou dificultem sua identificação não será aplicada em manifestações culturais no calendário do Estado, como o Carnaval.

A Folha apurou que Alckmin enviará o projeto para análise da Secretaria da Segurança Pública, que, a priori, é favorável à proibição.

O tucano quer um parecer técnico, mas também fará um cálculo político que pesará o possível benefício da medida no combate a atos violentos e o risco de a proibição ser vista como decisão autoritária.

"As manifestações tornaram-se palco quase exclusivo de grupos autodenominados radicais, cuja plataforma principal de reivindicação é destruir, danificar, explodir, queimar, saquear e aterrorizar", diz um trecho do projeto.

"[O anonimato] é um ato antijurídico e ofensivo à nossa Constituição, além de ser também ato preparatório para a prática de crimes."

A proposta faz referência ao trecho da Constituição que garante a livre manifestação, mas proíbe o anonimato.

REAÇÃO

A proibição de máscaras é uma reação já verificada no Brasil e no exterior contra a ação violenta de adeptos da tática "black bloc", que prega a destruição do patrimônio público e privado.

No Rio, a proibição vale desde setembro, embora não tenha posto fim à presença de mascarados nos protestos.

Em reação à morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade durante um protesto, em fevereiro, o governo federal preparou um protejo que previa a proibição.

Porém, a Presidência desistiu de enviá-lo ao Congresso por temer desgastes com movimentos sociais.

No Canadá, o uso de máscaras é passível de punições que podem chegar a até 10 anos de prisão, enquanto nos EUA, 12 Estados responsabilizam criminalmente aqueles que se mascararam em atos.

Em ambos os casos, a medida contribuiu para a redução da violência.

O deputado Campos Machado diz que o objetivo é separar "delinquentes" de manifestantes pacíficos.

Lucas Monteiro, 30, do MPL (Movimento Passe Livre) diz que a medida fere a liberdade de manifestação. "É uma tentativa de criminalização dos movimentos. Como se houvesse o bom e o mau manifestante".


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