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Ciência em cima da hora

Astrônomo Ronaldo Mourão morre aos 79 anos no Rio

Pesquisador foi um dos maiores nomes da divulgação científica no Brasil

Cientista foi autor de mais de 40 livros e centenas de artigos; ele tinha Mal de Parkinson e sofrera um AVC recentemente

DE SÃO PAULO

Morreu na noite de sexta-feira (25) um dos principais nomes da astronomia brasileira: o cientista carioca Ronaldo Mourão, 79.

O pesquisador estava internado no Hospital Quinta D'Or, no Rio. Mourão tinha Mal de Parkinson e sofrera um AVC (acidente vascular cerebral) recentemente.

Autor de mais de 40 livros e com centenas de artigos publicados em periódicos internacionais, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão se graduou em física pela Universidade da Guanabara (atual UERJ) e, em 1967, recebeu o título de doutor pela Universidade de Paris, na França.

Seus estudos se concentraram nas estrelas duplas e em corpos distantes do Sistema Solar. Foi pesquisador do Observatório Nacional e descobriu uma série de asteroides.

Apesar da grande experiência no meio acadêmico, o maior sucesso de Mourão foi na divulgação científica.

Escreveu sobre astronomia e ciência no "Jornal do Brasil", nas revistas "Superinteressante" e "Ciência Popular" e em vários outros veículos. Mourão elaborou todos os verbetes sobre astronomia e astronáutica do "Novo Dicionário da Língua Portuguesa" (1975 e 1986) de Aurélio Buarque de Holanda

Ele foi o primeiro vencedor do prêmio José Reis de divulgação científica, o mais importante do Brasil na área.

"Influenciou minha geração de astrônomos a gostar de astronomia, juntamente com o [americano Carl] Sagan", diz Helio Jaques Rocha-Pinto, 43, astrônomo do Observatório do Valongo, da UFRJ. A carreira de Rocha-Pinto, como tantas, foi influenciada pelo trabalho Ronaldo Mourão.

"Solidifiquei meu interesse em astronomia enquanto lia o livro dele Da Terra às Galáxias'. Tentei contatá-lo quando era adolescente, mas ele não respondeu. Fiquei frustrado com isso, mas depois vim a conhecê-lo pessoalmente. E ainda o considero uma grande influência no que vim a ser."

O cientista reconhece, contudo, que nem todos os astrônomos tinham o mesmo apreço por Mourão. "Um tanto de inveja pela exposição que ele tinha, me parece."

O visual de Mourão, com cabelos compridos e suíças (barba na lateral do rosto), era sua marca registrada.

"No primeiro dia em que fui ao [observatório] Valongo, um senhor que me instruiu na rua falou sobre Mourão, e que eu devia deixar o cabelo crescer também se quisesse me formar em astronomia", conta Rocha-Pinto.


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