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Eleições 2014
PSDB leva acusação de fraude em CPI a comissões de ética
Segundo a 'Veja', dirigentes da Petrobras receberam com antecedência perguntas que lhes seriam feitas no Senado
Planalto nega participação no episódio; assessores tentarão manter tema restrito ao Congresso
O candidato a vice-presidente e líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), disse que o partido entrará com representações contra a presidente Dilma Rousseff (PT), parlamentares, funcionários da Petrobras, do Senado e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência por suposta fraude na CPI da Casa que investiga a estatal.
As representações devem ser apresentadas nesta segunda (4) às comissões de Ética do Senado e da Presidência.
Segundo a revista "Veja" desta semana, representantes da Petrobras receberam com antecedência perguntas e respostas de questões que lhes seriam feitas na CPI.
De acordo com a publicação, a presidente da Petrobras, Graça Foster, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró tiveram acesso antecipado às perguntas.
Parte delas teriam sido formuladas pelo assessor da Secretaria de Relações Institucionais, Paulo Argenta, de acordo com a revista. Em nota divulgada no domingo (3), a secretaria afirma que não elaborou perguntas para uso dos senadores na CPI. "Questionado, o assessor Paulo Argenta garante que jamais preparou questões que seriam realizadas durante os depoimentos na referida CPI."
"É impossível que a presidente não soubesse que se estava armando esse crime contra uma instituição da República", afirmou Aloysio após evento de campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB), em São José dos Campos, a 97 km de São Paulo.
No evento, Aécio disse que a denúncia é "extremamente grave". "Brincam com a inteligência do brasileiro. Se confirmadas essas denúncias, estamos diante de uma grande farsa. Uma farsa que avilta o Congresso Nacional em uma de suas funções fundamentais, a de fiscalizar e investigar ações do governo", criticou.
INFLAÇÃO
Em um esforço para blindar a presidente Dilma Rousseff, interlocutores do Palácio do Planalto e da campanha à reeleição vão dizer que este é um assunto que diz respeito ao Congresso.
O Planalto sabe que a oposição irá explorar o novo caso da Petrobras nos próximos dias, mas nos bastidores argumenta que as pesquisas qualitativas do partido mostram que o desgaste pelas denúncias envolvendo a estatal já atingiram seu limite.
Na avaliação do comitê, a preocupação central agora são os efeitos eleitorais gerados pela economia, abalada pela fraca atividade e inflação em alta.