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Eleições 2014

TRE vê desvio para campanha de Pezão

Suspeita é que uma parte da produção gráfica de propaganda era paga e a restante, bancada com verba pública

Em operação, tribunal apreende materiais do governador do Rio e de nove candidatos que integram a coligação

ITALO NOGUEIRA DO RIO

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio afirmou neste sábado (9) haver indícios de desvio de dinheiro público para bancar a confecção de material de campanha à reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e candidatos de sua coligação.

De acordo com nota do tribunal, a empresa de comunicação visual High Level Signs produzia placas e panfletos indicando no material CNPJ de empresa de fachada e tiragem menor do que a real.

A suspeita é que apenas essa pequena parte era paga regularmente, sendo o resto custeado com verba pública. A gráfica tem, segundo o tribunal, contrato com os governos estadual e municipal, ambos dirigidos pelo PMDB.

Em operação na gráfica, foram apreendidos materiais de Pezão e de nove candidatos a deputado estadual e federal. O caso foi revelado após fiscalização do tribunal na gráfica na sexta-feira (8). A fiscalização de propaganda desconfiou de que a tiragem indicada em placas dos deputados Pedro Paulo (PMDB) e Lucinha (PSDB) eram menores do que o produzido.

LARANJA

De acordo com nota do TRE, no endereço do CNPJ indicado no material de campanha funcionava um salão de beleza, "levando à suspeita de que a empresa era usada como laranja'".

Os fiscais descobriram que ali perto havia um galpão da High Level Signs. Segundo o TRE, eles simularam ser assessores de candidatos interessados na produção do material. Na conversa, diz o TRE, funcionários da empresa disseram ser comum a produção de panfletos e placas com indicação errada de tiragem.

"Entre os documentos apreendidos estão ordens de serviço, com tiragem de placas, banners e panfletos menor que a quantidade realmente entregue aos candidatos", diz a nota do tribunal.

A legislação eleitoral exige que todo material de campanha indique a tiragem e o CNPJ do fabricante. Os panfletos e placas que estavam no galpão indicavam até três números de CNPJs distintos.

O TRE lacrou a gráfica, apreendeu material de campanha, oito computadores e R$ 28 mil. Além de Pedro Paulo e Lucinha, o local tinha material de Leonardo Picciani (PMDB), Sávio Neves (PEN), Rodrigo Bethlem (PMDB), Osório (PMDB), Serginho da Pastelaria (PTdoB), André Lazaroni (PMDB) e Rafael Picciani (PMDB).

Em nota, a campanha de Pezão disse que "segue rigorosamente a lei e defende que denúncia deva ser apurada".

Leonardo e Rafael Picciani afirmaram que as contas de campanha estão regulares e a prestação de contas foi feita no prazo. Pedro Paulo negou o uso de recursos públicos, disse receber doações apenas de empresas e pessoas físicas e que as contas serão prestadas no prazo.

Procurada, a assessoria de Osório não se pronunciou. A Folha não conseguiu contato com Neves, Bethlem, Serginho, Lazaroni e Lucinha.

A prefeitura afirmou que não tem contratos com a empresa e que não repassa recursos para campanha.


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