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Página de ministra de Dilma na Wikipédia também foi alterada
Texto sobre Izabella Teixeira, que comanda Meio Ambiente, teve dados negativos inseridos a partir de dispositivo móvel em 2010
Planalto diz que inicia hoje apuração do caso em relação a mudanças feitas em verbetes de jornalistas e políticos
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi alvo de mudanças em sua página na Wikipédia em 2011.
Na época, inserções negativas foram incluídas no verbete sobre a ministra no site, que é uma enciclopédia virtual cujos textos podem ser editados de forma anônima.
De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, Izabella pediu que a Polícia Federal investigasse de onde tinha partido a iniciativa.
A conclusão da PF foi de que as modificações foram feitas a partir de um dispositivo móvel que utilizou a rede sem fio do prédio em que funciona o ministério. O prédio também é ocupado pelo Ministério da Cultura.
O caso foi revelado nesta segunda-feira (11) pelo blog da jornalista Cristiana Lôbo, do portal "G1".
O perfil diz que a ministra notabilizou-se por ter tido um dos maiores gastos em viagens no governo em 2010, tendo recebido R$ 65 mil em diárias nos 50 dias em que viajou para o exterior entre abril e outubro daquele ano.
Segundo a assessoria, a informação é falsa. Ela teria recebido R$ 64 mil durante todo o ano de 2010 para viagens nacionais e internacionais.
O texto afirma ainda que Izabella teria recebido dinheiro de organizações interessadas na área ambiental e que a sua recondução ao cargo, no governo Dilma Rousseff, em 2011, teria contrariado o PT, organizações da sociedade civil ligadas à área e ao corpo técnico da pasta.
Ela já havia sido ministra do governo Lula e foi mantida no cargo por Dilma.
De acordo com a assessoria do ministério, na época, a pasta tentou alterar o texto, mas não conseguiu. A Wikipédia informou que não era possível fazer a mudança mas permitiu que um aviso fosse colocado no topo da página com os dizeres: "possui passagens que não respeitam o princípio da imparcialidade".
Na semana passada, o jornal "O Globo" mostrou que o endereço de IP 200.181.15.10, da Presidência da República, realizou mudanças nos perfis dos jornalistas Míriam Leitão, colunista de "O Globo", e de Carlos Alberto Sardenberg, da CBN e Rede Globo, em maio do ano passado com o objetivo de criticá-los.
Alterações em páginas de políticos também foram feitas no período, de acordo com reportagens da Folha.
SINDICÂNCIA
A presidente Dilma ordenou que uma comissão de sindicância fosse criada para investigar as alterações feitas a partir do IP do Planalto.
O grupo, chefiado pelo secretário-executivo da Casa Civil, Valdir Simão, começará a funcionar nesta terça e tem prazo de 30 dias para concluir quem foi o autor das modificações.