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Eleições 2014

Polarização entre PT e PSDB deu o que tinha que dar, diz Marina

Em alta nas pesquisas, candidata da PSB ataca rivais no primeiro debate dos presidenciáveis

Ex-senadora acusa Dilma de decepcionar manifestantes de 2013; presidente diz que não basta fazer discurso

DE SÃO PAULO

Em crescimento nas pesquisas, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, buscou usar o debate da TV Bandeirantes, na noite desta terça-feira (26), para atacar rivais e dizer que a polarização entre o PT e o PSDB "já deu o que tinha que dar".

A crítica diz respeito ao revezamento desses dois partidos no poder desde 1995, a partir do primeiro governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Ele foi seguido pelos petistas Lula (de 2003 a 2010, com a participação de Marina na maior parte do tempo) e Dilma (desde 2011).

Em sua primeira oportunidade de perguntar, Marina mirou em Dilma.

Lembrando das manifestações de junho de 2013, perguntou por que as medidas anunciadas por ela para "educação, mobilidade e inflação" não deram certo.

"Eu considero que tudo deu certo", disse a petista já na introdução da resposta.

Dilma mencionou então uma série de medidas: a aprovação de destinação de 75% do dinheiro do pré-sal para a educação, o lançamento do programa Mais Médicos, o "compromisso com a estabilidade econômica" e o envio de um projeto de reforma política para o Congresso.

Embora não tenha contestado os dados, Marina não aceitou a resposta. "Uma das coisas mais importantes é reconhecer os erros", disse. "Esse Brasil que a presidente Dilma acaba de mostrar, colorido, não existe", completou. "Reforma política virou troca de ministros".

Ao longo do debate, ficou clara uma certa tendência de de Marina em tentar fazer confronto preferencialmente com Dilma. A presidente, por sua vez, buscou polarizar com o tucano Aécio Neves, principalmente chamando para comparações entre os governos do PT e do PSDB. E Aécio, quanto teve a oportunidade, cutucou Marina.

Dilma e Marina voltariam a se enfrentar diretamente a partir do questionamento de um jornalista sobre a necessidade de 40 ministérios.

Antes de afirmar que Dilma entregará o país pior do que recebeu, ideia que era sempre repetida por Eduardo Campos, Marina criticou o estilo "gerente" da presidente, "sem visão estratégica".

Aí foi a vez de Dilma atacar, com indireta, o estilo Marina: "Um presidente não irá lidar com os problemas só discursando", disse. "Tem de resolver os problemas".

Quando não estava respondendo críticas dos adversários, Dilma buscava polarizar com Aécio, insistindo sempre na comparação dos governos do PT com o do PSDB.

Já no segundo bloco, em pergunta direta entre os dois, Dilma falou que o desemprego, durante o governo Fernando Henrique, era "mais que o dobro" do atual. Afirmou que o Brasil "quebrou três vezes", teve "redução salarial" e teve que pedir socorro ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

Aécio defendeu a gestão FHC afirmando que se o ex-presidente não tivesse promovido a estabilidade da economia e a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outras medidas, o país não teria tido como avançar. "Não reconhecer é falta de grandeza."

Marina insistiu na tática de tentar colocar-se como opção de terceira via, tentando sempre diferenciar-se do PT e do PSDB, mas ressaltando que gostaria de governar com "os melhores" dos dois partidos.

Lembrando de acenos de Marina para o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), mas, ao mesmo tempo, sua recusa em dar apoio à reeleição do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo, Aécio sugeriu que faltava "coerência" à ex-ministra.

Foi quando Marina achou a oportunidade para dizer que a "polarização PT x PSDB já deu o que tinha que dar".

"Quando digo que quero governar com os melhores do PT e do PSDB, é porque reconheço que tem pessoas boas em todos os partidos", disse.

Ao fim do debate, Dilma e Aécio discutiram sobre o decreto que cria um sistema de consultas populares e foi alvo de críticas de oposicionistas e até aliados no Congresso.

Dilma disse ser "estarrecedor" que alguém considere "bolivariano" o recurso a plebiscitos e outras formas de consulta. "Se for assim, a Califórnia é bolivariana", disse, numa referência ao Estado americano que organiza consultas com frequência

Em suas considerações finais, Marina falou do trauma que sofreu com a morte de Campos e reclamou de ter sido "privada" de criar a Rede Sustentabilidade, partido que tentou organizar antes de entrar no PSB.

Dilma usou o tempo final para afirmar que foi eleita para "avançar no legado de Lula e promover um novo ciclo de crescimento".

Já Aécio anunciou que, se eleito, colocará o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga na Fazenda.


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