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'Eleição demanda sangue frio, e eu tenho', diz Padilha

Petista atribui terceiro lugar nas pesquisas a 'aversão à política' do eleitor

Candidato ao governo paulista afirma que irá defender legado de Lula e Dilma e provocará 'reviravolta' na disputa

CATIA SEABRA MÁRCIO FALCÃO DE SÃO PAULO

Principal aposta do ex-presidente Lula para as eleições estaduais, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, atribui seu mau desempenho nas pesquisas à "maior aversão [do eleitor] à política". Outra causa é, em sua opinião, a "violência com que se tentou enquadrar o PT como partido da corrupção" no mensalão.

Padilha, que completa 43 anos neste domingo (14), promete uma "grande reviravolta" na campanha. Ele deixa claro que, se não for vitoriosa, sua candidatura servirá para a defesa do legado de Lula e da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.

Folha - Em São Paulo, o PT tradicionalmente reúne um piso superior a 20% das intenções de voto. O senhor tem 9%. Qual é o problema?

Alexandre Padilha - É o desconhecimento da nossa candidatura. Essa eleição é diferente das outras. Há vários motivos para isso. Um deles é que existe uma aversão maior da população à política. Temos que ter muita energia, vitalidade e presença junto à população para conversar com esse eleitor.

A que atribui essa aversão?

Temos que assumir a responsabilidade de fazer uma reforma política para a população se sentir mais próxima da decisão política. É preciso reforçar mecanismos de transparência e participação para que se reconquiste segmentos da população.

O processo do mensalão é um dos ingredientes que respingaram na sua candidatura?

Não digo o processo. Mas a violência com que se tentou enquadrar o PT como partido da corrupção, logicamente, é um dos fatores disso. Fizeram uma violência contra o PT.

Estamos aproveitando a eleição para fazer esse embate, para mostrar que o PT estabeleceu uma era na qual as coisas são apuradas e não se coloca a corrupção para debaixo do tapete.

Na qual alguém que foi nominado em investigação não ganha como prêmio ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, como é o caso do Robson Marinho [acusado de ajudar a Alstom a obter contrato com a gestão do tucano Mário Covas no Estado].

Vamos lembrar que o governador Geraldo Alckmin [PSDB] indicou para presidente do Metrô alguém que foi nominado em escândalo de corrupção e nove dias depois teve de retirar essa pessoa.

Temos a grande responsabilidade de mostrar o legado do PT e como partido instituiu a forma de apuração de irregularidades que o PSDB não acompanhou.

O PT não reagiu de forma violenta ao julgamento?

Não foi só o PT que fez manifestação de apoio. Houve artistas, juristas, representantes mais variados da sociedade. O que falo é de uma violência que se fez com o PT, mas não é a decisão institucional.

Falo da forma como se tratou o PT, de falar que todo petista tem alguma relação com a corrupção, que existe no país há anos e que só o PT teve coragem de tirar debaixo do tapete. É o PSDB que não evita a corrupção.

O sr. disse que Alckmin é a expressão do conservadorismo. O eleitor é conservador?

O eleitor está tendo oportunidade de conhecer o mundo real e não o do Alckmin ilusionista. Do outro lado, é alguém que só representou os mais ricos tentando algo falso, buscar uma aproximação com os mais pobres. Nas últimas três semanas, as pessoas estão mais atentas, começam a conhecer mais a [minha] associação com Dilma.

Dilma tem alta rejeição. Essa associação é benéfica?

Eu me associo à presidente Dilma e deixo claramente, publicamente, minha posição de que voto na presidente. Diferente dos outros candidatos. Nessas três últimas semanas, eu sei da minha responsabilidade de defender o legado do que o PT mudou na vida das pessoas, inclusive em São Paulo.

Por que a rejeição ao PT é tão alta em São Paulo?

Quando chega a eleição é que temos oportunidade de debater as questões reais e mostrar o que o PT fez. Temos oportunidade para defender posições, falar com a população, discutir problemas, mostrar a corrupção. O PSDB não tem autoridade para dizer o que fala do PT sobre corrupção na máquina pública.

Dizem que a candidatura de Paulo Skaf (PMDB) foi patrocinada pelo governo federal.

Quem diz isso quer gerar boatos, fofoca. Nunca estivemos tão unidos. A direção do PT, militantes, prefeitos, perceberam a importância de defender seu legado, para que o Brasil possa dar um passo à frente e não retroceda. Não tenho nada contra a pessoa da Marina Silva [presidenciável do PSB]. Mas, como governador, não quero o programa que ela quer para o país.

Mas o senhor perdeu eleitores do PT para Skaf.

O nosso espaço do PT é ocupado totalmente por mim. Até a eleição você vai ver que vamos estar na frente.

Esta é a primeira vez, em anos, que o PT corre o risco de ficar em terceiro em São Paulo.

Estou muito tranquilo. Em eleição tem que ter sangue frio, e eu tenho. Já demonstrei quando era ministro da coordenação política do governo do presidente Lula e nos três anos na Saúde de Dilma.

Faria algo diferente?

Não. Fizemos tudo no tempo correto. Campanha, ela é de uma velocidade que você tem que ir avaliando e, de acordo com o calor, você afirma seu posicionamento.

A baixa popularidade do prefeito Fernando Haddad prejudica sua campanha?

Você não pode escolher as situações. Me perguntaram muitas vezes qual posição ele teria em minha campanha. Falei: a posição de quem acabou aprovação automática no município de São Paulo e que quero acabar no Estado. Posição de quem montou a Corregedoria para enfrentar a máfia do ISS que estava instalada na prefeitura. A posição de quem teve coragem em relação à cracolândia.

A campanha pode escrever uma carta ao paulista, reforçando seus compromissos?

Temos um programa que sustenta isso. O nosso trabalho é ocupar o espaço de quem sofre com o descaso do PSDB, do não investimento dos 50% em moradia, do metrô mais lotado do mundo, da desvalorização do salário dos professores, da queda dos indicadores de educação.


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