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Kassab se distancia de tucanos ao buscar aproximação com PT

Prefeito se afasta do aliado mais antigo após derrota nas eleições por temer ser isolado por Alckmin, seu desafeto

Serra, que estava junto com Kassab desde as eleições de 2004, agora exibe contrariedade com sua movimentação

DANIELA LIMA DE SÃO PAULO

A aproximação do prefeito Gilberto Kassab (PSD) com o PT após a eleição do petista Fernando Haddad como seu sucessor na Prefeitura de São Paulo provocou rachaduras na aliança que ele manteve por oito anos com o ex-governador José Serra (PSDB) e afastou-o ainda mais do PSDB, seu mais antigo parceiro.

Kassab se aproximou do PT logo após o encerramento da contagem dos votos do segundo turno das eleições na capital, em que Serra foi derrotado por Haddad. Além de exibir boa vontade com o petista na transição, Kassab começou a negociar com a presidente Dilma Rousseff sua entrada no governo federal.

Kassab explicou a seus aliados que agiu dessa maneira após concluir que a derrota nas eleições da capital deixou-o sem espaço político em São Paulo. Ele acha que o governador Geraldo Alckmin (PSDB), seu desafeto, trabalhará a partir de agora para isolá-lo no Estado. O governador planeja concorrer à reeleição em 2014 e espera enfrentar um adversário do PT.

Kassab viu com desconfiança o alinhamento de Alckmin com o PRB, o partido que lançou o ex-deputado Celso Russomanno para prefeito nas eleições deste ano.

O prefeito estava acostumado a ser o interlocutor preferencial do PRB com o universo tucano, mas se viu alijado quando Alckmin passou a cuidar das articulações com o partido. O governador já esteve três vezes com Russomanno, recebeu dirigentes do PRB e acena a eles com cargos na máquina do Estado.

Serra ficou contrariado com a movimentação de Kassab. Aliados do ex-governador dizem que ele mal se corresponde por e-mail com Kassab, com quem antes trocava diariamente informações sobre os bastidores da política e a administração da cidade.

"PRECOCE"

Em conversas com aliados, Serra disse que já contava com a adesão de Kassab ao governo federal, mas não esperava que ele tivesse tanta boa vontade com Haddad no dia seguinte à sua vitória eleitoral. Serra evitou falar com Kassab por duas semanas, período em que seus aliados expressaram publicamente sua insatisfação com o prefeito.

Num texto publicado em seu blog, o ex-governador Alberto Goldman disse que Kassab sofre de "síndrome de Estocolmo" ao se colocar à disposição de um partido que o atacou durante toda a campanha eleitoral. Serra disse a pessoas próximas que considerou "precoce" o alinhamento de Kassab e Haddad.

Tucanos avaliam que o afastamento entre Serra e Kassab marca o início de uma ruptura total do prefeito com o PSDB. Os dois estavam juntos desde 2004, quando Serra se elegeu prefeito com Kassab ao seu lado como vice.

Kassab assumiu o cargo quando Serra saiu para disputar o governo estadual, em 2006, e mais tarde teve o apoio discreto do tucano quando concorreu à reeleição, nas eleições de 2008.

A amizade com Serra sempre foi o vínculo mais forte de Kassab com o partido. Além de não se dar bem com o governador Geraldo Alckmin, o prefeito também não tem boas relações com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), nome mais provável dos tucanos para enfrentar Dilma nas eleições presidenciais de 2014.


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