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PF vai apurar verba paga a jornais-fantasmas

Secretaria de Comunicação da Presidência da República pediu investigação após reportagem feita pela Folha

Oposição questiona os repasses de R$ 135,6 mil do governo a cinco títulos inexistentes e pede apuração externa

DE BRASÍLIA

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) acionou ontem a Polícia Federal para que seja apurado o recebimento de verba de publicidade oficial por parte de cinco jornais que não existem.

O órgão do governo negou que tenha falhado e defendeu as medidas que tem tomado em relação ao caso. Já os partidos de oposição questionaram ontem esses repasses e pediram apuração externa.

A Folha revelou no domingo que a Presidência repassou R$ 135,6 mil à Laujar Empresa Jornalística S/C Ltda, com sede registrada num imóvel fechado e vazio em São Bernardo do Campo.

Os cinco títulos da empresa inexistem em bancas do ABC, onde supostamente são editados. Esses jornais não são cadastrados em nenhum sindicato e são desconhecidos de jornalistas e jornaleiros da região.

"A Secom esclarece que, diante das denúncias, instaurará processo de apuração e que, se constatadas as irregularidades apontadas pela Folha, tomará as atitudes judiciais cabíveis contra o grupo de comunicação", disse a secretaria, em nota.

A Secom afirmou ainda que, em maio, tomou a iniciativa de excluir esses jornais do recebimento de verba oficial "por não cumprirem exigências de informações técnicas", destacando que, em 2012, não houve transferência de verba para a Laujar.

O órgão negou falha no episódio. Disse que tem tomado medidas para evitar irregularidades: "Desde o início de 2011 foram inabilitados do cadastro cerca de 1.200 títulos de jornal, por não cumprirem as exigências da Secom".

A Laujar aparece em 11º lugar num ranking de 1.132 empresas que receberam recursos públicos da Presidência.

A Secom questiona esse ranking, elaborado pela Folha, alegando que houve comparação entre grupos de comunicação com jornais isolados. A relação publicada pelo jornal, entretanto, é de empresas de comunicação. Assim como a Laujar, outras empresas também editam mais de um título.

Exemplares de alguns títulos enviados pela Laujar à Presidência da República contêm sinais de serem forjados. Supostas edições do dia 15 de março do ano passado, por exemplo, têm os mesmos textos -a única diferença é o nome da publicação.

O senador Álvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, pediu ontem a realização de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) nos contratos de publicidade. O tucano quer informações da Secom, como já havia anunciado o também o oposicionista PPS.

O dono da Laujar, Wilson Nascimento, alegou que os jornais existem.

Nascimento afirma que o grupo de publicações existe há 24 anos e que seu títulos circulam de terça-feira a sábado, mas não informou em quais bancas é possível encontrar tais jornais.


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