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Advogado-geral afirma que está 'magoado'

Luís Inácio Adams diz, porém, que ainda acredita que seu ex-braço direito na AGU consiga esclarecer as acusações

Adams afirma que não despachava pareceres com Weber, mas com os advogados e os chefes de consultorias

DE BRASÍLIA

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou ontem que está "magoado, chocado e triste" com o envolvimento do seu ex-braço direito na Advocacia-Geral da União em esquema de corrupção, mas ressaltou que não vê crime na atuação de José Weber Holanda.

Weber é acusado acusado pela Polícia Federal, na Operação Porto Seguro, de integrar uma quadrilha que atuava na venda de pareceres técnicos para favorecer interesses privados.

Na AGU (Advocacia Geral da União), Weber era advogado-geral adjunto e trabalhava numa sala contígua à do chefe. Ele é concursado, mas perdeu o cargo de confiança.

Adams considerou "reprovável" a atitude do ex-assessor de encaminhar um parecer em análise pelo órgão a Paulo Vieira, então diretor da ANA (Agência Nacional de Águas) e, segundo a Polícia Federal, chefe do esquema de corrupção em que funcionários públicos comercializavam pareceres técnicos produzidos por servidores.

"Acho que ele não deveria ter feito isso. Não necessariamente é crime, mas é algo reprovável", afirmou.

Em cerca de uma hora de entrevista coletiva, essa foi a única crítica do ministro à conduta de seu ex-assessor de confiança. "A rigor, ainda acredito que ele tenha condições de esclarecer. Espero que com esses esclarecimentos ele seja inocentado."

CHEFIAS

O advogado-geral minimizou o peso da atuação do seu ex-braço direito na AGU.

"Ele só dava encaminhamento a solicitações e manifestações. Ele não despachava pareceres comigo. Quem despachava pareceres comigo eram os chefes das consultorias e os advogados, então, as petições, os processos disciplinares, todos, cada setor tem uma chefia", declarou.

Adams afirmou ainda que levou Weber para trabalhar com ele na AGU mesmo sabendo que o subordinando respondia a processo porque se tratava de um cargo de assessoria.

"Não tinha preocupações maiores porque ele não era chefe, não tinha hierarquia."

As declarações do ministro-chefe da AGU ocorrem após uma entrevista à Folha de Arnaldo Godoy, chefe da consultoria, na qual ele acusa a cúpula da AGU de tê-lo usado para assinar um parecer do interesse do esquema.

O ministro afirmou ainda que não pediu demissão da AGU e nem colocou o cargo à disposição da presidente Dilma Rousseff porque não considera ser responsável pela conduta do ex-assessor.

"Nem a presidente Dilma pediu", disse.

Ele reconheceu, no entanto, que o episódio abalou as relações com o Palácio do Planalto.

"É uma situação difícil e requer toda a atenção possível. A presidente pediu que eu apurasse", afirmou. Adams teve encontros com a presidente ontem.


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