Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Cachoeira é condenado e volta à prisão

Sentença da Justiça Federal de Goiânia fala que esquema de exploração de jogos corrompeu agentes públicos

Empresário, que já tem condenação por outro caso, ficou preso quase nove meses e estava solto havia só 16 dias

FERNANDO MELLO DE BRASÍLIA

A Justiça Federal em Goiânia condenou Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a 39 anos e oito meses de prisão e determinou sua volta para a cadeia, efetuada na tarde de ontem.

Acusado de comandar esquema de jogos ilegais, o empresário deixara a prisão havia apenas 16 dias.

A sentença é fruto da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Nela, o juiz Alderico Rocha Santos disse que Cachoeira cometeu crimes de corrupção ativa, peculato e formação de quadrilha.

Segundo a acusação, o esquema de jogo ilegal era centrado em Goiás e no Distrito Federal e atuava para conseguir contratos por meio de fraudes e cooptação de agentes públicos.

Na sentença, o juiz diz que Cachoeira "colocou a seu serviço, como despachantes de luxo, vários parlamentares, inclusive federais".

Segundo o juiz, "os crimes foram perpetuados, sobretudo, almejando auferir renda ilícita, reconhecimento político e social, garantindo-lhe condição de 'magnata'".

Para Alderico, Cachoeira controlou "quase por completo os órgãos integrantes da Segurança Pública de Goiás", ligando o esquema ao governo de Marconi Perillo (PSDB) e gestões anteriores.

A decisão do magistrado afirma que Cachoeira "manipulou" várias licitações para "beneficiar uma das maiores construtoras do país, a Delta" e que constituiu empresas laranjas para receber 'comissão' da Delta".

A sentença descreve como exemplo do poder de Cachoeira o fato de funcionários da Delta terem usado carros da Polícia Militar goiana.

Por conta disso, o juiz determinou nova prisão por dois anos, mesmo antes dos recursos de seus advogados, e determinou o pagamento de multa de quase R$ 4 milhões. Além disso, estipulou fiança de R$ 10 milhões, que só poderá ser paga após o cumprimento dos dois anos.

Além de Cachoeira, foram condenados outras sete pessoas, dentre eles o ex-sargento Idalberto Matias, o Dadá, acusado de espionar ilegalmente para o grupo, e o ex-vereador Wladimir Garcez, apontado como um dos braços políticos da quadrilha.

A sentença, que absolve Cachoeira de algumas imputações, deve ser contestada por recursos das defesas.

Esse é o mais novo capítulo do escândalo político que levou à criação de uma CPI no Congresso e à cassação do mandato do então senador Demóstenes Torres (ex-DEM).

Além de Perillo, é citado nas investigações o governador Agnelo Queiroz (PT-DF), investigadas no Superior Tribunal de Justiça.

Cachoeira foi preso em sua casa em Goiânia. A prisão anterior durou 266 dias.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página