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Okamotto nega uso do mensalão para financiar despesas de petista

Assessor do ex-presidente diz que nunca fez ameaças a Valério

DO ENVIADO A PARIS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse ontem em Paris que recursos repassados pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza à empresa de Freud Godoy, ex-assessor de Lula, seriam usados para remunerar serviços de segurança prestados por sua empresa durante a campanha presidencial de 2002.

Marcos Valério, conforme novo depoimento dado ao Ministério Público Federal em setembro, afirmou ter entregue cerca de R$ 100 mil a Godoy em 2003 para pagar despesas pessoais do ex-presidente Lula.

Freud Godoy era uma espécie de "faz tudo" de Lula. Sem especificar valor, Valério citou ainda um segundo pagamento ao ex-assessor.

"O Freud fazia a segurança das viagens [de Lula, durante a campanha]", disse Okamotto à Folha. "Ele fazia isso e pode ter recebido [de Valério]", completou.

Apesar de Okamotto ter falado do caso na condicional, a transferência de dinheiro de Valério para Godoy já era conhecida.

A CPI dos Correios, em 2005, identificou um repasse de dinheiro firma de Godoy em 2003. A novidade é Valério afirmar que o montante seria usado para custear despesas pessoais do ex-presidente.

Okamotto disse que é "bobagem" pensar que Valério pagou contas de Lula com dinheiro do mensalão.

"A imprensa brasileira tem inteligência suficiente para saber que isso é bobagem", afirmou.

Ao ser questionado se Lula estaria preocupado com as recentes revelações de Marcos Valério, o principal assessor do ex-presidente reagiu com ironia: "Está preocupadíssimo. Ele não dorme há três dias", disse à reportagem.

AMEAÇAS

Em seu novo depoimento, Valério também afirmou ter sido ameaçado de morte por Okamotto. Segundo o empresário, o assessor de Lula teria dito a ele que havia gente no PT defendendo que o partido o assassinasse.

Ainda ontem, em entrevista coletiva, Okamotto negou ter feito qualquer ameaça de morte a Valério.

O presidente do Instituto Lula afirmou estar "tranquilíssimo" com a revelação do depoimento ao Ministério Público Federal.

"Por que eu ia ameaçar ele (Valério) de morte?", perguntou. "Duvido que ele tenha falado disso", prosseguiu. "Não tenho nenhum motivo para desejar mal a alguém".

Mais cedo, Okamotto já havia dito à Folha que conversou com Valério "algumas vezes" durante as investigações do mensalão, mas também negou ter feito ameaças.

"Posso dizer a você que eu nunca ameacei ele. Algumas vezes conversei com ele porque ele estava assustado, achava que o PT queria que ele fosse preso", disse à reportagem.

Marcos Valério é visto como arquivo vivo das transações ilegais feitas durante o mensalão, entre 2003 e 2005, no primeiro mandato do governo Lula.


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