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Análise

Sob ameaça de perder vice para socialistas, Temer terá missão de pacificar o PMDB

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

Houve uma guerra de versões e interpretações anteontem sobre a mensagem exata do discurso da presidente Dilma na convenção do PMDB.

De um lado, o Planalto e governistas do PMDB espalhavam que a presidente foi o mais explícita possível, até o limite legal, sobre a manutenção da chapa Dilma-Temer para a eleição de 2014.

Uma ala minoritária de descontentes do PMDB argumentava que Dilma tinha sido generosa e feito elogios à sigla, mas não deixou claro que já esteja formada a chapa.

Ou seja, seria um sinal de que haveria espaço para substituição de Temer -e o plano B sempre citado é Eduardo Campos, presidente do PSB.

Passou ao largo o recado principal dado por Dilma: ao citar Temer 12 vezes em 45 minutos, ela quis ostensivamente prestigiar o vice.

A razão é simples: se o PT não puder confiar em Temer, com quem então poderá contar no PMDB?

José Sarney (AP) acaba de deixar a presidência do Senado e entrou numa fase crepuscular em termos de influência partidária. Os presidentes das duas Casas do Congresso, Renan Calheiros (AL) e Henrique Alves (RN), até dizem querer ajudar, mas têm agendas pessoais próprias. Não são vistos como 100% confiáveis.

Em seguida viria o governador do Rio, Sérgio Cabral. Ele é considerado sem poder de influência além do seu Estado para ser colocado no papel de principal interlocutor entre o Planalto e o PMDB. Por eliminação, sobra Temer.

Não foi por outra razão que Dilma chamou seu vice de "amigo". Quem acompanha discursos da presidente sabe que esse tipo de deferência é rara. Para ela, portanto, Temer é "o cara" no PMDB.

Dilma não pronunciou uma metáfora futebolística a la Lula como "em time que está ganhando não se mexe". Mas isso faz parte da política. Dar um recado também pelo que não é pronunciado.

Ao injetar prestígio em Temer, Dilma transferiu ao colega de governo a missão de pacificar o PMDB. Caberá assim só a Temer garantir que em 2014 será ele o escolhido.


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