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Explosão na OAB do Rio será investigada pela Polícia Federal
Futuro presidente da Comissão da Verdade do RJ não descarta tentativa de intimidação
A Polícia Federal iniciou investigação para apurar a explosão de um artefato anteontem no prédio da seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Rio de Janeiro.
Na tarde de quinta-feira, um artefato explodiu no 9º andar do edifício Sobral Pinto, sede da entidade, no centro do Rio. O imóvel foi esvaziado e ninguém ficou ferido.
Segundo o advogado Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ, o Disque-Denúncia do Rio recebeu uma ligação anônima informando que ele seria o alvo do atentado.
"Houve uma ligação dizendo que alguns militares da reserva estariam tramando o meu assassinato e explodiriam três bombas na OAB-RJ", disse Damous.
O episódio ocorreu às vésperas de sua nomeação para a presidência da Comissão da Verdade do Estado do Rio, que será publicada na segunda-feira, por decreto do governador Sérgio Cabral (PMDB).
Damous, que preside a Comissão de Direitos Humanos da OAB nacional, não descartou que haja relação entre o atentado e sua nomeação.
"Uma entidade como a OAB-RJ, que já foi vítima de um atentado a bomba à época da ditadura, eu como ex-presidente. Estouram um artefato lá. Obviamente a conclusão vai nesse rumo. Se é verdade ou não, só as investigações vão dizer."
Em 27 de agosto de 1980, um atentado com uma carta-bomba na OAB do Rio provocou a morte da funcionária Lydia Monteiro da Silva e feriu outra pessoa.
"Se de fato aconteceu nos moldes em que está sendo apresentado, como tentativa de intimidação, não vai funcionar. A futura Comissão da Verdade do Rio não vai se deixar intimidar por isso", afirmou o futuro presidente do grupo.