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Ribeirão

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Queixa contra barulho de bares se espalha pela cidade

Há 4 anos, reclamações contra som alto estavam restritas a poucos estabelecimentos

Hoje são ao menos 50 inquéritos por ruídos provocados em comércios durante a noite

JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

Todo final de semana, a advogada Priscilla Costa Cury deixa o próprio quarto para dormir no escritório de casa. A manicure Marilda Bertolini, 47, já teve vidros de sua residência quebrados.

O motivo do desassossego das duas moradoras de Ribeirão é o mesmo: o barulho provocado por bares e boates vizinhos às suas casas.

Existem ao menos 50 inquéritos em andamento no Ministério Público por ruído provocado por estabelecimentos comerciais à noite.

A maioria é de casos de bares com som ao vivo ou casas noturnas, mas há queixas contra restaurantes, pizzarias, academias e até igrejas.

O promotor Sebastião Donizete Lopes dos Santos, que acompanha parte dos inquéritos, vê uma mudança no barulho em Ribeirão Preto.

"Anos atrás a gente podia apontar de quais bares havia mais queixas", afirma. "Mas hoje o barulho em Ribeirão é endêmico, está espalhado por toda a cidade."

Entre os alvos de reclamação de vizinhos ouvidos pela reportagem estão a boate Zucker e os bares Terra Chope, na avenida Portugal; e Os Caipiras, na avenida Antonio e Helena Zerrener.

Além de locais conhecidos no Boulevard e avenidas Portugal e Independência, o promotor também cita reclamações de bairros mais periféricos, como o Simioni. A expansão do barulho para outras regiões, diz, deve-se a uma mudança do perfil. "Onde só havia casas, estão chegando academias e bares."

'CARROS DE SOM'

Sem sair de casa, vizinhos de bares dizem que, por tabela, acompanham as músicas que tocam à noite nos locais.

A residência da família da advogada Priscilla divide a parede da casa noturna Zucker, alvo de ação civil pública. "Eu não posso dormir no meu quarto, porque a vibração da música é muito forte."

Mas a principal reclamação dos moradores da cidade é o barulho indireto que bares e boates atraem.

Além das conversas, gritos e brigas dos clientes, os carros que passam em frente desses locais com som alto também atrapalham. "A vibração dos veículos é tão alta que treme a janela", afirma Marilda, vizinha do Terra Chope. Ela teve um vidro quebrado com o som. O mesmo problema afeta vizinhos do bar Os Caipiras. Já a música interna do estabelecimento não incomoda tanto após abaixo-assinados.

Presidente dos Sinhores, o sindicato de bares e restaurantes na cidade, Carlos Frederico Marques diz que a maioria de donos respeita os limites de ruído e se adapta quando há vistorias.


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