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Enterro de estudante atropelado reúne mil em Ribeirão
DANIELA SANTOS DE RIBEIRÃO PRETOO enterro do estudante Marcos Delefrate, 18, atropelado anteontem durante uma manifestação em Ribeirão Preto, reuniu cerca de mil pessoas ontem à tarde.
O cortejo, que saiu da paróquia Santo Estevão, no Alto do Ipiranga, onde o jovem foi velado, seguiu até o cemitério Bom Pastor. A PM acompanhou o cortejo e bloqueou o trânsito durante o trecho.
Durante o enterro, as pessoas cantaram o hino nacional em memória aos momentos de protesto vividos pelo estudante na manifestação.
"Ele queria uma sociedade mais justa", disse o amigo Maurício de Oliveira, 17.
Para o professor Nestor Müller, os alunos viam em Delefrate alguém a ser espelhado. "Hoje eu sou o aluno do Marcos, não o professor."
Na próxima quinta-feira, um grupo da escola Otoniel Mota, onde o jovem estudava, planeja sair pelas ruas da cidade em um ato de solidariedade, segundo Müller.
Ontem a escola fechou em homenagem a Delefrate.
O integrante dos movimentos sociais José Elias Domingos, 30, estava no enterro e disse que a vítima foi reflexo de uma demanda de luta. "O que vimos é prova de que as pessoas não se respeitam."
Os amigos de Delefrate estavam inconformados. "Parece que falta algo em mim", disse o estudante Felipe Menegon, 19. "Perdi um irmão", lamentou o colega Pedro Augusto Favoreto, 19.
À noite, cerca de 2.000 pessoas caminharam em luto rumo à avenida João Fiúsa, onde o adolescente morreu.
Das outras três pessoas que ficaram feridas, apenas uma permanecia hospitalizada até o início da noite. O HC informou que o estado de saúde de Nicole Rogéria Moreira, 19, era estável. A jovem Pabline Luana Lalluci, 21, foi liberada ontem. Já José Felipe Braga, que saiu anteontem do pronto-socorro, disse que queria protestar em "bairro burguês".