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Ribeirão

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Tinha até maconheiro no protesto, diz defensor de atropelador foragido

Segundo advogado de Alexsandro Azevedo, seu cliente temeu ser linchado em manifestação

Empresário atropelou quatro pessoas e causou a morte de um estudante em ato realizado em Ribeirão

DANIELA SANTOS DE RIBEIRÃO PRETO

O advogado Ricardo Augusto Nascimento Pegolo dos Santos, que defende o empresário responsável pelo atropelamento que causou uma morte durante protesto em Ribeirão Preto, disse que seu cliente teve medo de ser linchado pelos manifestantes.

Segundo ele, havia um grupo de pessoas fumando maconha e provocando confusão com outros motoristas durante o ato, o que deixou o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37, nervoso.

"Temos uma testemunha que viu isso [a confusão provocada por usuários de drogas]", disse o defensor.

A declaração foi dada após a Folha questionar a posição de Azevedo, que, em uma entrevista, disse que havia "bandidos" entre os manifestantes.

O empresário, que está foragido, atropelou quatro pessoas durante o protesto na quinta-feira passada --um deles, estudante Marcos Delefrate, 18, morreu no local, na avenida João Fiúsa.

Santos, que veio de Campo Grande (MS) para defender Azevedo, disse que o empresário vai se apresentar depois de uma posição da Justiça sobre os dois pedidos feitos por ele ontem. Um deles é para a decretação de segredo de justiça do caso. Segundo ele, a família está sendo ameaçada.

O conteúdo do outro pedido não foi revelado.

De acordo com o advogado, havia gente atrás do carro e, por isso, seu cliente não deu marcha a ré e foi embora. No entanto, vídeos divulgados na internet não mostraram isso. Segundo Santos, essas imagens só mostram cenas negativas a Azevedo.

Ele disse também que os manifestantes não deveriam estar naquele local. "Eles deveriam subir pela avenida Independência. Tanto que ali não tinha policiamento."

Santos afirmou que o carro do empresário é blindado. "O Alexsandro não precisava sair do lugar. Ele abriu o vidro para conversar e dialogar com as pessoas. Mas se você juntar 20 manifestantes dá para tombar o carro."

Questionado sobre o fato de empresário ter passado por cima dos manifestantes, Santos disse que foi uma fatalidade. "A junção de diversos fatores, como dentista queimado, vandalismo e carro de reportagem incendiado [em outros protestos], criou aquela situação [tensa] e houve a fatalidade."

Santos falou que seu cliente quer se entregar, mas com segurança. O advogado pediu que Azevedo se apresente à Justiça, não ao delegado. "Se ele se entregar hoje, vai ser linchado. Isso pode trazer outros problemas."

O defensor disse ainda que está providenciando a parte documental para ressarcir a família de Marcos e outros atropelados, mas lembrou: "Lógico que dinheiro nenhum paga uma vida."


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