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Ribeirão

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Região gasta R$ 6,6 milhões com ações judiciais na saúde

Casos de Ribeirão, Araraquara e Franca se referem a remédios de alto custo

Segundo secretário, 60% das ações são de pessoas que vieram de consultórios ou hospitais particulares

DANIELA SANTOS DE RIBEIRÃO PRETO

Ribeirão Preto, Franca e Araraquara gastaram, juntas, R$ 6,6 milhões para cumprir ações judiciais na área da saúde no ano passado.

O valor inclui casos de pessoas que conseguem, na Justiça, o acesso a remédios e aparelhos médicos --como cadeiras de rodas e coletes para coluna-- de alto custo.

Nos últimos cinco anos, Franca foi a cidade que mais viu esses gastos subirem. O custo mensal chega a R$ 350 mil --a maior parte com medicamentos oncológicos e aparelhos médicos.

Em Ribeirão, os processos cresceram 229,5% nos últimos cinco anos --de 780 ações, em 2008, para 2.570, no ano passado.

Só pela Defensoria Pública, são feitos cerca de 300 procedimentos por ano. A dona de casa Adriane Cavalini Camilo, 46, foi uma das pessoas que procuraram a ajuda do órgão no ano passado.

Com um problema no olho, ela corria o risco de perder as córneas caso não usasse um remédio que tem custo mensal de R$ 1.200. "Foi uma luta para conseguir. Depois que o médico passou a receita, o município queria saber se eu realmente precisava do medicamento. Tive até de passar por consulta em São Paulo."

De acordo com o secretário da Saúde de Ribeirão, Stenio Miranda, 60% das ações judiciais concedidas contra o município têm um perfil diferente do caso relatado por Adriane. Ele diz que esse percentual atinge pacientes que passaram por consultórios ou hospitais particulares.

'SAÚDE PARA TODOS'

É o que ele chama de judicialização da saúde, que, segundo Miranda, leva a algumas distorções nos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde). Isso porque, diz ele, pacientes com menor poder aquisitivo não têm condições de pagar um advogado.

"O SUS deve ser para todos. Aqueles que têm mais necessidades devem ter prioridade para serem assistidos, mas todos devem ter as necessidades atendidas."

Segundo Miranda, o pacto entre o Estado e o município ajudou a reduzir os gastos municipais na área de saúde advindos de ações judiciais.

O Estado paga os medicamentos mais caros, geralmente importados, e os municípios também pagam remédios mais baratos.

A cidade de Araraquara, que tem a população bem menor do que a de Ribeirão, gasta por ano quase o mesmo valor (R$ 1,2 milhões) com medicamentos via judicial.

DEFENSORIA

Em média, 30 pessoas procuram a Defensoria Pública de Ribeirão Preto por mês para conseguir na Justiça remédios de alto custo.

Segundo o coordenador Samir Nicolau Nassralla, as pessoas que comprovam renda mensal de até três salários mínimos (R$ 2.034) podem contar com o serviço público.


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