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Mais caro na usina, álcool cai nos postos de Ribeirão
Para consultoria, preço é temporário e pode ser reflexo de disputa entre distribuidoras
Apesar de o preço do álcool ter voltado a subir nas usinas, os consumidores de Ribeirão Preto têm encontrado o litro a até R$ 1,29 nas bombas dos postos, valor muito abaixo da média.
Na última sexta-feira, pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostrava que o valor médio do litro do combustível estava em R$ 1,68 na cidade.
Desde então, os preços despencaram: é possível encontrar etanol entre R$ 1,29 e R$ 1,39, inclusive em postos de bandeira (marca). A situação contrasta com o que se vê no início da cadeia produtiva.
Nas usinas, o valor do litro, que por semanas ficou estacionado em R$ 1,08, voltou a subir, atingindo R$ 1,13 na última semana --sem impostos, segundo o Cepea, centro de estudos da Esalq/USP.
DISPUTA
A resposta para o etanol barato pode estar na outra ponta, provavelmente em uma disputa entre as distribuidoras, de acordo com Sincopetro (sindicatos dos postos) e Juliano Merlotto, sócio da consultoria FG/Agro.
"Alguém está ganhando menos na ponta final da cadeia", afirmou Merlotto. "Ou a distribuidora, que está repassando o etanol mais barato, ou o posto, que espremeu a própria margem."
Representante do Sincopetro, Oswaldo Manaia afirmou que o prejuízo é maior em postos sem bandeira, como o dele, que não podem competir com as grandes distribuidoras do país.
A tese da disputa entre distribuidoras é possível, especialmente naquelas com bom estoque, segundo o presidente do Sindicom (sindicato das distribuidoras), Alísio Vaz.
Todos, porém, são unânimes em dizer que, com o etanol mais caro nas usinas do país, o preço final para o consumidor logo voltará a subir.