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Ribeirão

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Sem espaço, artistas saem de Ribeirão

Com poucos locais para apresentações, músicos e atores procuram locais alternativos, outras cidades e até as ruas

Secretaria da Cultura admite a ausência de 'política de ocupação dos espaços', mas não a falta de locais

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Com poucos espaços para apresentações culturais, artistas de Ribeirão Preto têm procurado locais alternativos e até mesmo recorrido a outras cidades para divulgar seus trabalhos.

Como quase não há espaços comerciais que tenham interesse em MPB, jazz e música clássica, a cantora Eulah Hallak há dois meses não se apresenta em Ribeirão Preto.

Ela, que já fez show ao lado de Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, também não encontra apoio do poder público para fugir dos bares e casas de shows.

"É triste porque Ribeirão é um berço de bons músicos e artistas, mas ficamos reféns do que o mercado comercial quer", disse. "Quem perde é a própria cidade, que fica com uma cultura limitada."

A próxima apresentação da cantora na cidade acontecerá em um evento promovido pelo Espaço A Coisa, coletivo cultural que surgiu com a proposta de suprir a falta de locais para apresentações de artes pouco difundidas.

TEATRO NA RUA

Na última quinta-feira, quem passava pela praça 15 de Novembro, no centro de Ribeirão, se deparava com artistas "manipulando" antigas caixas de fotografia.

O grupo Teatro de Caixeiros encontrou nas ruas uma forma de alcançar o público com o teatro "lambe-lambe" e driblar a falta de espaços tradicionais de cultura.

Encenadas em um palco miniatura, dentro de uma caixa preta, as peças "lambe-lambe" têm bonecos manipulados como atores e o público é composto por apenas um espectador por vez.

"Nós vamos atrás do público", diz o ator e diretor do grupo, Flávio Racy. "As pessoas estão andando e nós oferecemos uma manifestação artística para elas."

Por curiosidade da filha de cinco anos, o arquiteto Lelis Noronha, 60, parou e conferiu a apresentação do Teatro de Caixeiros, que considerou uma boa "provocação".

"Para uma cidade com o porte de Ribeirão, acho que as manifestações culturais estão muito escondidas, faltam espaços para apresentações", afirmou o arquiteto.

O diretor e dramaturgo Lucas Arantes disse que a estrutura do município não corresponde à quantidade e qualidade das produções. Sua peça "Soterramento", por exemplo, teve apenas duas apresentações em Ribeirão e seguiu para São Paulo.

"Para nos apresentarmos, tivemos de pagar R$ 1.000 de aluguel para o teatro", diz. "É um valor muito alto para uma companhia como a nossa."

Ele disse que, sem oportunidade e estrutura na cidade, teve de aproveitar o espaço fora de Ribeirão. "É uma pena, porque as duas apresentações que fizemos em Ribeirão estavam lotadas."

De acordo com ele, que também coordena o espaço A Coisa, as manifestações culturais acontecem no local independentemente de qualquer instituição.

SELEÇÃO DE GRUPOS

O secretário da Cultura de Ribeirão Preto, Alessandro Maraca, disse discordar de que haja falta de espaços culturais na cidade, mas admite a ausência de uma "política de ocupação dos espaços".

A solução, segundo ele, é um edital que será lançado em dezembro para que artistas cadastrem suas apresentações para o primeiro semestre de 2014. Os grupos selecionados poderão usar os espaços gratuitamente.

A cidade tem cinco locais, entre teatros e centros culturais, e a Secretaria da Cultura possui o CEU (Centros de Artes e Esportes Unificados) no complexo Ribeirão Verde.


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