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Corpo de Joaquim é achado no rio Pardo
Polícia descarta que afogamento seja a causa da morte, já que não havia água nos pulmões do garoto de três anos
Proprietário de rancho encontrou o corpo, desaparecido desde terça, em Barretos, a 150 km de Ribeirão
O corpo do garoto Joaquim Ponte Marques, 3, desaparecido desde a última terça-feira (5), foi encontrado no início da tarde de ontem no rio Pardo, em Barretos, a 150 quilômetros de Ribeirão Preto.
Embora tenha sido encontrado no rio, a Polícia Civil informou que exames preliminares feitos pelo IML (Instituto Médico Legal) descartaram que o menino tenha morrido afogado, já que não havia água em seus pulmões.
Uma das hipóteses levantadas pela polícia é que ele tenha sido jogado já sem vida no córrego Tanquinho, que fica a 200 metros da casa da família, no Jardim Independência e, de lá, tenha sido levado até o ribeirão Preto, que é afluente do Pardo.
Após o encontro do corpo, a polícia conseguiu que a Justiça concedesse ontem mesmo a prisão temporária do casal (leia texto nesta página).
Nos quatro dias de buscas feitas pelo Corpo de Bombeiros, a corporação percorreu cerca de 20 quilômetros no córrego, no ribeirão e no rio, sem sucesso.
O reconhecimento do corpo no IML foi feito pela mãe, Natália Mingoni Ponte, o pai, Arthur Paes, e o avô materno. O pai, no entanto, se recusou a ver o corpo do filho --só o reconheceu por fotos mostradas por policiais.
Após a confirmação da morte do garoto, pelo menos 150 pessoas foram à casa da família atrás do padrasto de Joaquim, Guilherme Raymo Longo, que não foi a Barretos. Policiais isolaram a área e o tiraram do local, para que ele não fosse linchado.
Para o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), e para a Promotoria, há indícios da participação do casal no caso, razão pela qual foram feitos dois pedidos de prisão temporária. No dia seguinte ao sumiço foi feito o primeiro, negado.
Ambos negam envolvimento no caso. Na saída da delegacia de Barretos, Natália limitou-se a afirmar que é "muito inocente".
De acordo com o diretor do Deinter-3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), João Osinski Junior, o corpo de Joaquim foi encontrado às margens do Pardo às 12h por um dono de rancho, que avisou o Corpo de Bombeiros.
Depois de reconhecer o corpo do filho, Natália voltou a Ribeirão e foi levada à DIG, para um novo depoimento, já na noite de ontem. Cerca de cem pessoas estavam em frente ao local, protestando contra o casal.
INDÍCIOS
Após ter o pedido de prisão temporária negado na última quinta-feira, a polícia e a Promotoria passaram a buscar indícios para formular um novo pedido. Na última sexta, a polícia pediu à Justiça a quebra do sigilo telefônico de familiares de Joaquim.
O desaparecimento do menino, que não foi à escola na semana que antecedeu seu sumiço, gerou comoção na cidade e nas redes sociais.
O corpo de Joaquim será enterrado hoje em São Joaquim da Barra, onde ele viveu até este ano.